segunda-feira, 20 de junho de 2011

Terras do nosso Algarve - Faro

Faro situa-se no sul de Portugal, e para além de Concelho, é capital de Distrito. O seu Centro Histórico é obrigatoriamente um dos principais pontos de paragem. Envolvido pelas muralhas, o mais antigo núcleo urbano, conhecido por Vila-Adentro ou Cidade Velha, apresenta-nos alguns dos mais importantes e antigos monumentos da cidade, marcos da história de povos e costumes.

A gastronomia Algarvia é rica em tradição. A sua origem remonta aos tempos históricos da presença dos romanos e árabes. Os ingredientes utilizados, com origem na região, reflectem os sabores frescos do mar e os aromas agradáveis e fortes do campo.
Espaços culturais como o Teatro Municipal de Faro, inaugurado em 2005 e que acolhe grandiosos espectáculos nas mais diversas áreas culturais como a Dança, a Música, o Teatro ou Cinema, conferem a Faro a imagem de cidade cultural.
A Cidade de Faro, “plantada” pelos romanos à Beira da Ria Formosa, recomenda-se.
Pela história, pelo património, pela vida cultural, pela calma, pela natureza.

Património
Arco da Vila
Numa das portas medievais do recinto amuralhado, o Bispo D. Francisco Gomes do Avelar mandou o arquitecto genovês Francisco Xavier Fabri, por si trazido de Itália, construir um portal monumental, em cujo nicho figura uma imagem italiana, em mármore, de S. Tomás de Aquino.
Castelo
Integrado nas muralhas, o castelo constituía o último reduto da fortificação. Tinha três portas, duas com ligação para o mar: a Porta do Mar e a Porta do Socorro e a terceira para a Vila-Adentro. Dos sucessivos restauros, destaca-se o que foi realizado a seguir a 1596, em que sofreu profundas alterações, pois foi adaptado à artilharia. Inclusivamente foi-lhe anexado um revelim.



Celeiros de São Francisco
Localizado na Rua Manuel Penteado, foi construído no perímetro interior da Cerca Seiscentista. Apesar da designação rnantida pela tradição, trata-se de uma casa de fresco mandada construir nos meados do século XVIII, pelo Desembargador Veríssimo de Mendonça Manuel, cujo brasão é ostentado sobre a porta principal.

Outros locais de interesse:
Ria Formosa
Cerca Seiscentista
Convento de São Francisco
Convento dos Capuchos
Ermida da Nossa Senhora da Boa Esperança
Ermida de Santo António
Ermida de São Luís
Muralhas

História

O aglomerado proto-urbano de Faro, antiga Ossónoba, remonta à II Idade do Ferro (Sec. IV a.C. – Época Romana ). Os pratos de pescado encontrados em escavações no Largo da Sé comprovam os contactos comerciais mantidos com o Norte de África, pelo menos entre a 2.ª metade do séc. IV a.C. e o séc. III a.C..

Na época árabe a cidade de Ossónoba, mais tarde de Santa Maria, é bem um exemplo do espírito de tolerância e mútuo conhecimento entre as comunidades muçulmanas e cristãs aqui fixadas, mantendo-se o estreito contacto com o Norte de África. Do imenso legado deixado pelos árabes chegaram até nós as duas portas de entrada na cidade árabe de Santa Maria.
Em 1249 os cristãos reconquistam Faro, ficando porém aqui fixada uma comunidade muçulmana como o atesta o foral de 1266 ao mouros foros. Para além da Mouraria, localizada extra-muros, desenvolve-se no século XIV a zona ribeirinha, tornando-se os mareantes os principais obreiros deste crescimento urbano. A Casa do Compromisso Marítimo e a Igreja de São Pedro atestam esse incremento. Os constantes privilégios concedidos pelos vários monarcas aos mareantes da cidade de Faro comprovam a importância que tiveram na cidade e o contributo dado à Expansão Marítima.Com a chegada dos romanos Ossónoba torna-se capital de civitas (vasto território) e tem direito a cunhagem de moeda ainda em época republicana. Cidade cosmopolita à qual afluem muitos estrangeiros e comerciantes vindos do Norte de África e de todo o vasto império romano. O mosaico de Oceano, encontrado há alguns anos numa rua da cidade de Faro, é um belo exemplar de uma rica associação de comércio marítimo outrora existente num dos principais portos do litoral atlântico. A importação de louça fina de mesa – a terra sigillata e a exportação de salsamenta (peixe salgado) e de garum (preparado de peixe) motivaram fortes contactos com o exterior. A riqueza da população de Ossónoba está bem patente na uilla de Milreu, nos arredores de Faro, tendo-se aqui descoberto três bustos imperiais ( Agripina séc. I d.C., Adriano séc. II d.C. e Galieno séc.III d.C.).
Conforme refere Alberto Iria, na vila de Faro “viviam numerosos cavaleiros e escudeiros e ali vinham com frequência bastantes estrangeiros, precisamente na época em que o Infante D. Henrique procurava interessar também os particulares nas primeiras viagens de exploração comercial para a Guiné” .
Em 1499, o rei D. Manuel I promove a renovação urbana de Faro. O centro da vila, que se situava nas Alcaçarias (actual Pontinha), passa para a Ribeira (actual baixa) onde manda construir a Alfândega, um hospital e a Ermida do Espírito Santo (actual Igreja da Misericórdia) e um açougue. A actual estruturação urbana do Centro Histórico de Faro remonta a este período, tendo-se assistido à elevação a cidade em 1540 e à transferência para esta localidade da sede do assento episcopal, em 1577. A crescente prosperidade económica traduz-se no aparecimento de quatro conventos ( São Francisco em 1517, Nossa Senhora da Assunção em 1519, Santiago Maior da Companhia de Jesus em 1603 e Santo António dos Capuchos em 1620) e no envolvimento de toda a cidade por baluartes, nos meados do século XVII, para a defenderem de uma eventual invasão espanhola.
No século XVIII a cidade de Faro já era o principal centro urbano da região e também o mais próspero e o mais populoso. A (re)construção de templos e edifícios públicos, habitacionais e as sucessivas campanhas de ornamentação proporcionaram um ambiente artístico digno de registo. As Igrejas da Sé, das Ordens Terceira de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco, da Misericórdia e do antigo Convento de Santo António dos Capuchos constituem interessantes testemunhos do esplendor então vivido.
Hoje a cidade de Faro promove o espírito dos Descobrimentos ao valorizar o passado através da revitalização, recuperação e protecção do seu Centro Histórico. Por sua vez, a Universidade e os restantes equipamentos de ensino e de cultura apostam na crescente qualificação do nível de vida e deste modo preparam o futuro. Deste modo, Faro reafirma a sua capitalidade regional.

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