terça-feira, 28 de maio de 2013

Terras do nosso Algarve - Querença

A Aldeia de Querença situa-se num monte que dá o nome à freguesia e que se pode caracte-rizar pela transição entre o Barrocal e a Serra. As casas descem pela encosta em todas as direcções e o centro da aldeia encontra-se bem lá no alto, no largo da pequena e bonita igreja, orgulho das gentes de Querença.


A freguesia de Querença está situada no interior do concelho de Loulé. Abrange as zonas do Barrocal, Beira Serra e Serra. A área da freguesia é delimitada a norte pela freguesia de Salir, a Sul pelas freguesias de S. Sebastião e S. Clemente, a nascente pelo concelho de S. Brás de Alportel e a poente pela recentemente criada freguesia da Tor. Dista cerca de 11 Km da sede do concelho e 22 Km do litoral.

Em Querença residem 811 pessoas, a que se juntam muitos visitantes, atraídos pelo pitoresco da aldeia, e pelo seu património gastronómico e ambiental.

Actividades Principais

Agricultura de subsistência; produtos agro-alimentares (mel e aguardente de medronho); artesanato e restauração.

História

Os mais antigos testemunhos da ocupação humana na zona remontam ao Neolítico (Grutas Igrejinha dos Mouros e Salustreira).

Encontramos ainda uma mina de cobre da Idade do Bronze e vestígios de ocupação romana e islâmica.

Desconhece-se a origem do topônimo Querença. A tradição popular atribui-lhe o significado de afecto, amor, boa vontade em que perante a hipótese de anexação de freguesia de Querença à de Salir, os moradores permaneceriam na sua querença desejando a autonomia administrativa.

José Hermano Saraiva escrevia “Querença: é um querer tão forte e tão caloroso que até parece que o destino os ouvia e deu á terra em que nasceram o nome de Querença, de tanto bem que lhe querem”.

No inicío do séc. XVI Querença era uma pequena localidade da freguesia de S. Clemente de Loulé.

Como outras localidades algarvias a pequena povoação conheceu um assinalável crescimento econômico durante a epopeia dos descobrimentos sendo elevada à categoria de sede de freguesia em meados de quinhentos. Em 1554 aparece designada como freguesia de Nossa Sr.ª da Assunção de Querença.

No final do séc. XX, a freguesia viu reduzida a sua área geográfica dada a criação da recente freguesia da Tor.


Património Cultural

Igreja Matriz Nossa Sr.ª da Assunção
Este edifício, com origem no século XVI, possui uma fachada com um belíssimo portal Manuelino (século XVI) e um portal lateral da mesma época. No interior encontramos uma pia-baptismal do mesmo período. O Altar da capela-mor e capelas laterais com retábulos de talha dourada constituem bonitos exemplares da período barroco. Entre as imagens merecem destaque uma Virgem e uma Nossa Sr.ª da Assunção, do século XVII. O terramoto de 1755 causou algumas ruínas na igreja, cujas reparações foram efectuadas nos anos seguintes, sendo desa época a torre sineira.
Do séc. XIX datam o presente frontão da fachada principal do edifício e a janela emoldurada.



Cruzeiro
No largo da Igreja, encontra-se um interessante Cruzeiro, construído integralmente em cantaria assente sobre uma rocha calcária e embelezado com um canteiro circular, provavelmente do século XVI.

Ermida Nossa Srª. do Pé da Cruz
Situada a poente da Igreja Nossa Sr.ª da Assunção, Remonta ao séc. XVII. Constitui um testemunho do estilo chão na arquitectura algarvia. Recentemente restaurada. Hoje em dia é utilizada como espaço funerário.

Moinho Ti Casinha
O pólo museológico situa-se num antigo moinho de água. Óptima vista sobre a serra e ribeira da Mercês. Organizam circuitos pedestres, passeios ao luar, serões culturais, desfolhadas, e outras actividades.


Património Natural

Fonte Benémola
Considerado Sítio Classificado, é um local de paisagem aprazível atravessado pela ribeira da Menalva. Nas suas margens existem algumas espécies vegetais pouco comuns no Algarve - salgueiros, freixos, choupos, tamargueiras e canaviais. Nas encostas do vale, predomina a vegetação típica do Barrocal Algarvio como o alecrim, o rosmaninho, o tomilho, a esteva, o zambujeiro, o sobreiro e a alfarrobeira. Entre a fauna destacam-se a lontra, a grande diversidade de aves e algumas colónias de morcegos.


Na área do parque situam-se as grutas da Salústreira Menor e Salústreira Maior.

As grutas datam do periodo Neolítico e tratam- -se de Grutas Naturais. Aqui foram encontrados vestígios pré-históricos (ex. alguma cerâmica grosseira).

Possuem várias divisões, com uma abóbada de pedra sustentada por colunas. Na caverna da Salustreira Menor encontra-se uma pedra com 1 metros de altura denominada pelo povo de Moura Encantada. Actualmente encontram-se bastante degradadas.

Este local possui ainda uma área de recreio e piquenique junto dos olhos d´água / nascentes (com propriedades terapêuticas reconhecidas).

Fonte Filipe
Fonte situada no curso da Ribeira das Mercês. Área protegida por densa vegetação, equipada com bancos e mesas em pedra e espaço de estacionamento. Zona de lazer, cuja água das fontes tem propriedades terapêuticas reconhecidas. Local onde se realiza a festa do 1º de Maio organizada pela Junta de Freguesia.


É também local de partida ou chegada para um dos mais belos passeios pedestres que pode se realizar ao longo da Ribeira das Mercês.


Produtos Locais

Ao longo do Vale da Ribeira da Menalva ainda existe a arte tradicional da cestaria de cana.

O fabrico de bonecas de trapos é uma arte que tem vindo a destacar-se. As bonecas têm cerca de 25 cm de comprimento e são vestidas e calçadas a rigor, com os trajes tradicionais. As suas figuras representam várias profissões típicas e antigas.

Em Pombal, perto de Querença, fazem-se deliciosos gelados, usando só produtos naturais.

É também nesta freguesia que se destila um dos mais afamados medronho e se produz o mais apreciado chouriço, para além de outras tipicidades.

A Festa das Chouriças (Festa de S. Luís), constitui, entre outros, um dos pontos altos das festividades em honra dos produtos tradicionais locais.

Licores utilizando os mais variados produtos da zona, bem como compotas caseiras e mel são outros dos produtos que bem afamam esta freguesia.


Gastronomia

Em Querença encontramos uma gastronomia típica que os restaurantes locais conservam o mais genuinamente possível. São pratos típicos de Querença, entre outros, a Galinha Cerejada, o Galo de Cabidela e o Xerém (as papas do milho, prato de origem árabe).

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Gastronomia Algarvia - Sopa de Cação

Ingredientes:

Para 4 pessoas

600 grs de cação ;
2 dentes de alho ;
1 folha de louro ;
1 dl de azeite ;
60 grs de farinha ;
1 molho de coentros ;
200 grs de pão caseiro ;
vinagre q.b. ;
sal q.b.


Confecção:
Limpe o cação, lavando-o bem em água fria. Corte em postas pequenas.
Lave e pise os coentros juntamente com os alhos descascados.
Leve um tacho ao lume. Deite o azeite, os coentros e os alhos pisados, a folha de louro e o vinagre. Deixe refogar, sem queimar o alho.
Deite a farinha dissolvida em água, fervendo até cozer formando um líquido espesso e saboroso.
Junte o cação e deixe continuar a fervura até este cozer. Tempere com sal.
Entretanto, corte o pão em fatias pequenas e finas e distribua pelos pratos.
Deite o conteúdo do tacho sobre o pão que se encontra nos pratos e polvilhe com coentros picados.

Conselho: Se desejar, em vez de colocar o pão nos pratos poderá servi-lo à parte.


domingo, 26 de maio de 2013

Saúde e Bem-Estar no nosso Algarve - Yoga


Para mais informações sobre a prática de Yoga no Algarve, inscreva-se no grupo do facebook Saúde e Bem-Estar no nosso Algarve e contate diretamente com alguns dos professores e praticantes desta prática oriental que se encontram inscritos nesse grupo.


O Yoga é uma antiga prática originária da Índia, que consiste na união e equilíbrio entre o corpo e a mente.


Através do auto-conhecimento e da perfeita integração com o mundo exterior, o Yoga leva a um estado de harmonia, paz e serenidade.

Para que se possam sentir os seus benefícios, a sua prática deve ser regular.

Aconselham-se, pelo menos, três aulas de uma hora por semana. Estes benefícios serão ainda maiores se se praticarem diariamente, em casa, algumas das técnicas aprendidas nas aulas.

Com apenas uma sessão de prática já se sentem, no bem estar geral, alguns benefícios do Yoga. Após um mês já se sentirá a qualidade desta actividade e após três meses os seus benefícios gerais começam a sentir-se de forma clara e intensa. Passado um ano alcançam-se as conquistas mais duradouras.

São vários os benefícios desta prática, benefícios esses que farão parte da vida física, mental, emocional, espiritual e não só.




Benefícios Físicos do Yoga

  • A nível físico, o Yoga proporciona um corpo saudável e bonito, dando sensação de bem-estar e alegria de viver. Além disso, podemos salientar alguns benefícios físicos:
  • Diminuição de dores, devido ao aumento da produção de endorfina no corpo
  • Aumento da imunidade
  • Normalização de peso
  • Melhoria de quadros de insónia e depressão
  • Aumento da força e vigor
  • Melhoria da postura, diminuindo dores nas costas
  • Normalização das funções glandulares
  • Aumento da flexibilidade das articulações, dos músculos e tendões
  • Melhoria nas funções digestiva e gastro-intestinal
  • Aumento da eficiência respiratória
  • Aumento da eficiência cardio-vascular
  • Normalização da pressão sanguínea
  • Aumento das ondas Alfa no EEG
  • Equilíbrio da estabilidade das funções do sistema nervoso autónomo
  • Alívio da fibromialgia
  • Desaceleração da pulsação cardíaca
  • Minimização da respiração por minuto, aumentando a vitalidade e longevidade
  • Intensificação da desintoxicação orgânica


Benefícios Mentais do Yoga

  • A nível mental, ao oxigenar fortemente o cérebro, o Yoga estimula a concentração, o discernimento e a serenidade ao reduzir e anular o “stress” do dia a dia. Aumenta também a eficácia da mente ao proporcionar capacidade para tomadas de decisão rápidas e inspiradas. Outros benefícios a nível mental serão:
  • Aumento da memória, concentração e nível de consciência voluntária
  • Aprendizagem mais eficiente
  • Diminuição da ansiedade
  • Aumento da percepção global e centrada
  • Diminuição da hostilidade, depressão e ansiedade
  • Melhoria da percepção dos movimentos do corpo
  • Mais estabilidade e equilíbrio mental e emocional
  • Aumento do bem estar com melhores estados emocionais
  • Diminuição das dependências psicológicas
  • Maior integração social
  • Aumento da paz interior
  • Estimulação do potencial latente
  • Diminuição da letargia mental
  • Ajuda a desenvolver uma atitude positiva em relação à vida
  • Benefícios do Yoga Para as Funções Psico-motoras

O Yoga também contribui para aprimorar as funções psico-motoras ao melhorar o equilíbrio, a função cognitiva, as funções integradas do corpo e a coordenação motora. Esta prática contribui para o aumento da firmeza, destreza de habilidades, força de apreensão e percepções aprofundadas.


Benefícios Bioquímicos do Yoga

Podem também obter-se benefícios bioquímicos importantes na defesa contra o envelhecimento e doenças degenerativas, tais como:
Diminuição da glicose, sódio, triglicerídeos e catecolamina
Queda do colesterol total, aumento do colesterol HDL e diminuição do colesterol VLDL e LDL
Aumento da hemoglobina, tiroxina, proteínas séricas totais, vitamina C e contagem de linfócitos.


Benefícios Emocionais, Morais e Espirituais do Yoga

A nível emocional, a prática do Yoga reduz as questões emocionais à sua verdadeira dimensão. Desenvolve também a maturidade para resolver os assuntos de forma serena e com um consumo de energia mínimo.

Moralmente, desenvolve os princípios éticos e morais indispensáveis à auto-realização do SER e do relacionamento com os outros transmitindo valores como a paciência e o perdão.

Espiritualmente, esta prática constrói a consciência do corpo, dos sentimentos, do mundo ao redor e das necessidades dos outros. Ao fomentar a interdependência entre corpo, mente e espírito o Yoga ensina a viver o conceito de “unicidade”.


sábado, 25 de maio de 2013

Corrida ao ouro no Guadiana

Uma empresa vai avançar com a prospeção de ouro e prata junto ao rio Guadiana.
A Bolt Resources requereu a atribuição de direitos de prospeção de depósitos minerais de ouro e prata em Alcoutim, Castro Marim e Mértola, numa área com 576 quilómetros quadrados.


Segundo um aviso publicado ontem no Diário da República, a empresa Bolt Resources PTY LTD requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de cobre, zinco, chumbo, estanho, volfrâmio, antimónio, ouro e prata, numa área chamada Alcoutim.
Há cerca de seis anos, cientistas da Universidade do Algarve que estudavam os sedimentos no estuário do Guadiana, na zona de Castro Marim, descobriram partículas de ouro.


Praias do nosso Algarve - Praia dos Cavacos

Esta praia de ria situa-se em pleno sapal, junto a um núcleo de apoio à pesca e à mariscagem constituído sobretudo por casas de aprestos. A pequena baía serve de ancoradouro a várias embarcações e encontra-se rodeada por salinas muito luminosas. Muito perto e a poente fica a sede e Centro de Interpretação do Parque Natural da Ria Formosa, com o seu moinho de maré. 


A área envolvente da praia é um local de excelência para observar a vida no sapal e nas salinas, desde a típica vegetação halófita (adaptada à salinidade do meio) aos tímidos caranguejos, com destaque para as inúmeras aves limícolas que por aqui perscrutam a vaza à procura de alimento com os seus longos bicos: o perna-longa, o alfaiate, o maçarico-de-bico-direito, o pilrito-pequeno, a cegonha, o flamingo e várias espécies de garças.O areal é algo estreito mas espraia-se água adentro, o braço de ria é largo e proporciona banhos muito tranquilos. Ao longe, após o canal, avistam-se os bancos de vaza e o cordão dunar da Ilha Armona. A tranquilidade só é quebrada pela passagem regular do comboio, cuja linha-férrea se situa mesmo atrás da praia.


Notas: Neste local realiza-se a Festa Anual dos Cavacos.

Acesso: Viário alcatroado a partir da EN 125, virando para Marim (Águas Santas) cerca de 1.5 Km após a última rotunda de Olhão para nascente. Para chegar até à praia percorre-se mais 1 Km em estrada pavimentada. Estacionamento não ordenado. Sem equipamentos de apoio nem vigilância. Orientação: sul / sudeste.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Produtores Vitivinícolas do Algarve - Quinta João Clara

A quinta João Clara, situada em Alcantarilha, tem a dimensão de 30 hectares, divididos pela cultura da vinha e por outras culturas agrícolas. A história desta quinta remete-nos para a década de 70 do século XX, altura em que o produtor João Alves Clara decidiu aventurar-se no mundo dos vinhos. 




A quinta mantém-se hoje na mão dos descendentes, nomeadamente de Joaquim Alves. Pela primeira vez, este jovem produtor lançou no mercado um vinho de marca, que foi devidamente certificado pela Comissão Vitivinícola Regional Algarvia, segundo a lei em vigor. Uma decisão de aplaudir que mereceu, por isso, o forte apoio do produtor “veterano” João Mendes. O vinho de que se fala é o “João Clara – Vinho Tinto Regional Algarve 2006”, que se apresenta numa garrafa “vestida” pelo artista plástico Júlio Antão.


Actualmente a quinta produz três vinhos com paladar retirado das castas Crato-Branco, Red-Globe, Manteúdo, Negra-Mole, Trincadeira, Syrah, Aragonez e Alicante-Bouschet.


           
João Clara Branco

Floral com toques de toranja. 

Jovem, fresco e leve. Vinho bem estruturado, no conjunto dos seus componentes orgânicos. 

Vinificado em cubas de inox à temperatura de 14 ºC a 16 ºC. 

Na boca comprova os aromas florais e a toranja. Bem arredondado, elegante, suave, persistente, agradável e belo final de boca.

Saladas de peixe, marisco e carnes brancas frias, bacalhau de salga de confecção requintada. Prato de peixe, marisco, moluscos de cozinha tradicional do Algarve e como aperitivo.



                                                                                                      
João Clara Rosé

Cor rosada. Límpido e brilhante.

Intenso, com frutado persistente a morangos e framboesas. 

Vinho jovem com excelente frescura e de grande elegância no contexto global dos aromas.

Muito bom no palato, onde revela toda a sua frescura e todo o charme com a envolvência nos seus aromas. Persistente, redondo, com muito belo final de boca.

Peixes e mariscos de confecção média, carnes brancas de confecção ligeira. 

Muito bom para um convívio social informal.





João Clara Tinto

Rubi profundo e nuances violeta.
Intenso a frutos maduros vermelhos (ameixa e framboesa) e pretos (amora). 
Notas a especiarias com toques de tostado, muito bem arredondado no conjunto dos seus componentes orgânicos, com relevo para os taninos suaves, o teor alcoólico e a excelência da acidez.
Na boca tem uma elegância e um charme muito belo, duma persistência notável. Tem um longo e muito agradável final de boca.
Tradicional cozinha portuguesa em geral, carnes vermelhas, de capoeira, caça de pêlo e penas de confecção muito boa, uma boa tábua de queijos nacionais e estrangeiros.
Medalha de Prata no concurso “Wine Masters Challenge” 2009.
Medalha de Prata no “Concours Mondial de Bruxelles” 2009.


Vinhos algarvios medalhados em concurso mundial

A edição deste ano do “Concours Mondial de Bruxelles” decorreu em Bratislava, na Eslováquia, de 10 a 12 de maio. Entre os vinhos vencedores constam dois algarvios, nomeadamente o “João Clara Tinto 2011 – Vinho Regional Algarve – Essential Passion” (medalha de ouro) e o “Quinta do Francês 2009 – Vinho Regional Algarve – Patrick Agostini” (medalha de prata). Ambos os produtores são da zona de Silves.


Já no Decanter World Wine Awards, o “Marquês dos Vales Grace Vineyard 2008” e o “Marquês dos Vales Primeira Selecção 2010”, da Quinta dos Vales, foram os vinhos agraciados com o título “Commended”.

Há cerca de dois meses, a Quinta dos Vales (Lagoa-Silves) ficou colocada entre os vencedores do China Wine & Spirits Awards Best Value 2013, conquistando uma dupla medalha de ouro para o “Marquês dos Vales Selecta tinto 2110” e obteve ainda o troféu de “Produtor Português do Ano 2013”.

O CWSA Best Value 2013 contou com 3.300 dos melhores vinhos do mundo, bebidas espirituosas e produtos espumantes, com inscritos oriundos de 25 países competindo pelo sucesso.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Sardinha em destaque na mostra gastronómica da Praia da Rocha

A segunda edição da Mostra Gastronómica da Sardinha vai decorrer, entre 24 de maio e 2 de junho, na Praia da Rocha, em Portimão.


Face ao sucesso da última iniciativa, a organização voltou a juntar seis restaurantes localizados no passadiço da Praia da Rocha para proporem “diferentes formas de degustar este ex-líbris da gastronomia local”.

Durante dez dias, o prazer da sardinha poderá ser diariamente saboreado entre as 12h00 e as 22h00, a um preço especial e de variadas e surpreendentes maneiras e confeções, com exceção da tradicional sardinhada, tendo os clientes a oportunidade de degustar as várias ofertas de petisco e de prato principal.

Participam neste evento, apoiado pela ATP – Associação Turismo de Portimão, os restaurantes “Atlântico”, “Mar e Sol”, “O Bonezinho”, “Salsada do Zé”, “O Casalinho” e “Castelos”, que diariamente apresentam três petiscos (a 2,80 euros cada) e três pratos principais (7,80 euros cada), nos quais a sardinha é rainha, sendo oferecido um digestivo aos clientes que perfaçam 10 euros de consumo mínimo.


Terras do nosso Algarve - Salir

Salir é uma freguesia de base agrícola, mas ao mesmo tempo detentora de um património inestimável, quer histórico, natural ou paisagístico.
Está situada no prolongamento dos chamados “Barros Vermelhos” de Silves, que oferecem excelentes condições para a hortofruticultura.


A freguesia de Salir é a maior do concelho de Loulé e uma das mais importantes.
Trata-se de uma freguesia situada na beira serra fazendo a transição entre o barrocal e a serra algarvia. É o elo de ligação entre o Alentejo e o Algarve, sendo o centro aglutinador das freguesias limítrofes.
Tem cerca de 200Km2, sendo seguramente uma das maiores de Portugal.


Actividades Principais

A agricultura, silvicultura, pastorícia e os serviços designadamente comércio e turismo são as actividades fulcrais.
Produz-se, em quantidade considerável, amêndoas, alfarrobas, azeitonas, cortiça e trigo.
No que se refere ao regadio, este também ocupa um lugar de relevo. As potencialidades turísticas abrangem diversas vertentes – Agro-turismo, turismo de habitação, etc.


História

A origem da povoação de Salir perde-se nos tempos, alvitrando-se a hipótese de ter sido habitada pelos Celtas, sendo certo que, pelos resultados obtidos através das escavações arqueológicas em curso nas ruínas do Castelo de Salir, esta povoação foi habitada pelos Árabes, tendo o Castelo sido construído durante o período da ocupação Almóada, no século XII.

Salir é referenciado no “Portugaliae Monumenta Historica” como local onde D. Paio Peres Correia aguardou a chegada de D. Afonso III, para juntos empreenderem a conquista do que ainda no Algarve restava em poder dos mouros em 1249.

No tempo de D. Afonso III, uma praça-forte conferindo ao Castelo de “Selir” (designação Árabe) um papel privilegiado na conquista definitiva do Algarve.

O Castelo, ao que se supõe, foi incendiado e reconstruído por duas vezes, restando hoje, apenas, ruínas das suas muralhas.

No censo de Pina Manique de 1798, consta a Freguesia de São Sebastião de Salir, detentora de 408 fogos, no Concelho de Loulé e comarca de Tavira.


Património Cultural

Castelo
É o mais importante monumento de Salir. Construído em taipa no séc. XII pelos berberes Almoádas, restam-lhe hoje alguns torreões, parte da muralha, no chamado “muro da sabedoria” e parte das casas que ai foram construídas.


Igreja Matriz
Edificada no séc. XVI, num cerro fronteiro ao do Castelo, para onde a aldeia, entretanto havia crescido.

Capela da Nossa Sr.ª do Pé da Cruz
Situada junto ao Castelo, terá sido também construída no séc. XVI.

Ao nível do património rural e urbano, Salir é uma freguesia bastante rica. Um dos poucos moinhos de vento ainda a funcionar em todo o Algarve situa-se na cumeada, havendo muitos outros arruinados por toda a serra.

Alguns montes e aldeias constituem autênticas exposições vivas sobre os modelos e processos de construção tradicional, desde os ancestrais palheiros circulares, até às cantarias e fornos de cozer pão. Uma belíssima chaminé do séc. XVIII pode, por exemplo, ser admirada no Porto das Covas, um dos núcleos urbanos mais antigos de Salir.


Património Natural

Lagoa (seca) da Nave do Barão
Trata-se de uma lagoa seca cujo subsolo é de origem cársica e por isso com grande poder de retenção das águas, mantendo a água retida à superfície, em geral até meados de Maio.
Todo este vale possui um inegável valor ambiental e paisagístico.


Sítio do Malhão
Miradouro natural sobre a serra do Caldeirão.


Tradições

A Festa da Espiga, festejada na Quinta-feira de Ascensão (Maio) é o acontecimento mais relevante ao nível das manifestações tradicionais da Freguesia de Salir, uma vez que encerra aspectos verdadeiramente ancestrais que estão relacionados com as raízes culturais das suas gentes. O desfile etnográfico, único no País, funciona como atractivo turístico a par de uma mostra/feira do mais genuíno artesanato.


Produtos Locais

Muitas actividades foram desaparecendo na voragem da sociedade. No entanto nesta freguesia ainda se manufacturam bons cestos de vime e de cana, diversos objectos de palma e esparto, bordados e rendas, bem como lata, mobiliário em madeira. Em Salir poderá adquirir também produtos biológicos, preservando os bons sa-bores da serra, os enchidos, a aguardente de medronho e os licores de ervas, são muito procurados e valorizados.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Gastronomia Algarvia - Bolo do Tacho/Maio de Monchique

Ingredientes:

- Farinha de milho
- Erva-doce em grão
- Erva-doce moída
- Café forte
- Banha ou margarina
- Farinha de trigo
- Aniz ou aguardente
- Sal
- Casquinhas de limão
- Azeite
- Cacau
- Chocolate
- Canela
- Mel
- Açúcar



Preparação:

De véspera faz-se um chá com erva-doce em grão e umas casquinhas de limão. Com este chá e o café escalda-se a farinha, juntando de seguida o mel, a banha, o açúcar e o azeite. Mistura-se tudo muito bem. No dia seguinte, junta-se o resto do chá e o resto dos ingredientes. A massa deve ficar brandinha. Deita-se em tachos untados com banha e um pouco de azeite e vai a cozer em forno bem quente, durante cerca de 2 horas.

domingo, 19 de maio de 2013

Monumentos e Património do nosso Algarve - Igreja do Antigo Colégio da Companhia de Jesus (Portimão)

Situado na colina fronteira ao burgo medieval, mas dentro da malha urbana moderna, o Colégio dos Jesuítas foi construído para ser o principal edifício da cidade, desfrutando de enorme impacto visual, elevando-se no meio de casario baixo, e uma carga cenográfica como não acontece em nenhum outro monumento portimonense.


A sua edificação recua a 1660 e a uma figura importante da nobreza do Portugal Restaurado: D. Diogo Gonçalves. Este nobre, oriundo de Vila Nova de Portimão e com ligações ao Oriente, determinou, por testamento, a fundação de um Colégio da Companhia de Jesus em Portimão, tendo-se feito sepultar, posteriormente, na capela-mor da sua igreja, em arcossólio de volta perfeita, de mármore, e túmulo acompanhado por uma extensa legenda epigráfica. É provável que o Colégio tenha ocupado parcialmente estruturas anteriores, como o parece provar um arco manuelino, actualmente no corpo lateral direito do conjunto. O edifício barroco, todavia, levou algum tempo a ser construído, tendo-se realizado a cerimónia de sagração já em 1707, quando o tempo artístico assumia plenamente o Barroco, em detrimento das concepções maneiristas que caracterizam ainda as construções jesuíticas.

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Como construção jesuítica, a arquitectura do Colégio reflecte as dominantes estéticas sóbrias e austeras da Ordem e que constituem, mesmo, uma dos mais interessantes capítulos da arquitectura seiscentista portuguesa. A imponente fachada principal, onde o carácter cenográfico do conjunto mais se faz sentir, é obra de João Nunes Tinoco, "a figura de maior prestígio da arquitectura portuguesa da segunda metade do século XVII antes de João Antunes" (SERRÃO, 2003, p.134), que aqui concebeu um projecto praticamente idêntico ao Colégio de Faro. A igreja mantém-se fiel ao esquema jesuítico, com nave única bastante alta, abóbada de canhão, e destituída de compartimentação interior, esquema aqui desenvolvido numa escala tão grandiosa que conferiu, a este estabelecimento, o estatuto de maior igreja do Algarve.

A nascente, três capelas, sendo a central a capela-mor, ostentam outros tantos retábulos de talha dourada, de estilo nacional, obras ligeiramente posteriores à sagração do templo, datadas de 1717-1719 (MAIA e VENTURA, 1993, p.50) e devidas a Manuel Martins, o mesmo que escassos anos depois haveria de trabalhar para a Igreja Matriz de Portimão, e cuja qualidade artística das obras que chegaram a té hoje o permite catalogar como o "maior entalhador algarvio da sua época" (LAMEIRA, 1991, p.242).

O terramoto de 1755 veio provocar alguns danos neste espaço, destacando-se a ruína das abóbadas, um facto que pode ter estado na origem da refeitura do remate da fachada principal (MAIA e VENTURA, 1993, p.50), dada a sua aparente descontextualização em relação aos registos inferiores.

Escassos dois anos depois, o Marquês de Pombal determinou a extinção da Ordem. Por decreto datado de 1774, D. José doou a cerca do antigo Colégio à Universidade de Coimbra e, mais tarde, D. Maria pretendeu instalar neste edifício uma casa da Ordem de São Camilo de Lélis, congregação que chegou, mesmo, a tomar posse do conjunto em 1780.

Como tantos outros conventos pelo país, o ano de 1834 significou o inícios de uma prolongada ruína. Extintas as Ordens religiosas, o imóvel foi repartido por várias instituições locais, como a Misericórdia e a assistencial Ordem Terceira de São Francisco, que numa das alas instalou um Hospital.

Na actualidade, o antigo Colégio dos Jesuítas de Portimão permanece disperso por várias entidades, facto que tem tornado muito difícil a sua manutenção e até recuperação. Enquanto que algumas alas têm vindo a ser objecto de beneficiações mais ou menos periódicas, outras estão votadas ao esquecimento, faltando ainda uma perspectiva global de intervenção e de exploração de um dos mais emblemáticos edifícios portimonenses e algarvios.

sábado, 18 de maio de 2013

Praias do nosso Algarve - Praia da Culatra

A praia situa-se na extrema nascente da ilha com o mesmo nome, associada a um antigo povoado de pescadores, que até há algumas dezenas de anos, era constituído por casas de madeira.


A povoação, ainda constituída por população piscatória, encontra-se agora dotada de várias infra-estruturas e serviços. Na área envolvente observam-se inúmeros mariscadores distribuídos pelos bancos de vaza a descoberto na baixa-mar e vestígios das formas artesanais de pesca utilizadas, nomeadamente os covos e os alcatruzes para o polvo. 


Com um areal amplo a estender-se tanto para poente como para nascente, também aqui se pode observar a rica flora dos campos dunares que se sucedem para o interior bem como gozar as águas cálidas e tranquilas e os ventos quentes de leste. Após duas horas de caminhada para leste chega-se à Barra Grande, onde se podem apreciar as convidativas piscinas naturais arenosas e uma paisagem sempre em mutação.


Notas: As correntes junto à barra são normalmente muito fortes, sendo necessária cautela.

Acessos: De barco a partir de Faro (Verão) e de Olhão (todo o ano), diversos equipamentos de apoio (restaurantes e WC) e vigilância durante a época balnear. A Barra Grande não tem vigilância. Orientação: sudeste.