quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Silves: Feira Medieval transporta visitantes a banquete e sarau do período mulçulmano

"A recriação de um sarau do período muçulmano, com banquete confeccionado pelo cozinheiro Chacall, é a novidade da 8ª Feira Medieval de Silves, que começa terça-feira e encolheu os dias de folia para conter despesas, disse à Lusa fonte autárquica. 

Feira Medieval de Silves
Dia 5 a 8 de Agosto

"Este ano devido à contenção de despesas da autarquia, passámos de nove para sete dias a feira franca de Silves", adiantou Sandra Moreira, do gabinete de relações públicas da Câmara de Silves, entidade que organiza o evento. 

Este ano a autarquia estipulou um orçamento cifrado em "cerca de 300.000 euros", um valor que garante a qualidade do evento, que diminuiu em dois dias, explicou a mesma fonte. 

O número de visitantes em 2010 rondou entre os 150.000 e os 200.000 e para este verão a Câmara de Silves aponta para um número de visitas idêntico. 

A oitava edição da Feira Medieval de Silves arranca às 18:00 de terça-feira no centro histórico da cidade e os visitantes podem viver episódios do mundo islâmico através de recriações teatrais, torneios de armas, cerimonial do Ramadão com chamamentos para a oração e cortejos da época medieval. 

Por 50 euros, os mais gulosos podem degustar o baquete no Palácio das Varandas com acepipes confeccionados por Chacall e Al-Mut’amid, e podem vestir-se a rigor através do aluguer, nos “roupeiros reais”, de trajes da época por três euros (adulto) e dois euros (criança). 

Todas as noites do certame há arruadas, festejos e folguedos que enchem as ruas do centro histórico de Silves, que já foi uma urbe dominada por muçulmanos com um considerável sistema defensivo, um porto, estaleiros de construção naval, mesquitas e engenhosos sistemas de captação de água. 

Silves chegou a ter o estatuto de capital da província de Ocsonoba, o território que corresponde hoje ao actual Algarve. 

A Feira Medieval encerra todos os dias pela 01:00 e no último dia está prevista uma recriação da "Tomada da cidade pelos cristãos" cerca das 19:00 nas Portas da Cidade." - Região Sul

70 restaurantes apoiam campanha "Algarve diz não à fome"

"São cerca de 70 os restaurantes no Algarve que aderiram à campanha “Algarve diz não à fome”. O objetivo é angariar fundos para o Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA) e a campanha decorre até ao dia 07 de agosto.

70 restaurantes apoiam campanha "Algarve diz não à fome"

Esta é já a 3ª campanha que conta com o apoio da restauração portuguesa (restaurantes e restaurantes de hóteis). Nas casas aderentes, cada refeição servida por pessoa reverte num pequeno valor, cerca de 50 cêntimos, que é doado à CASA.

“A campanha está a decorrer dentro das expectativas, as pessoas estão a aderir muito bem”, revelou ao Boas Notícias, Isabel Cebola, da coordenação da associação CASA.

Para além do valor das refeições, foram distribuídos nos restaurantes "mealheiros solidários”, onde os clientes podem deixar uma contribuição, sendo que "muitos dos restaurantes envolvidos disponibilizaram-se a ficar com os mealheiros durante todo o mês de agosto”, para dar continuidade à campanha.

A responsável salienta ainda que, "na campanha que decorreu no período da Páscoa, a associação conseguiu angariar cerca de 2.000 euros", por isso neste mês de agosto esperam "superar este valor”.

Com o valor angariado, o CASA pretende apoiar famílias carenciadas da região, muitas das quais recorrem ao refeitório social que a instituição dirige em Faro, onde distribui todo o ano refeições quentes e embaladas.

Para o ano “contamos desenvolver esta campanha numa data fixa, a nível nacional”, disse Isabel Cebola. A iniciativa deste mês tem o apoio da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AISA).

Clique AQUI para conhecer o projecto CASA." - Boas Notícias

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Portimão: Sardinhas e cavalas elevadas à categoria gourmet

"O Museu de Portimão abriu as portas à gastronomia, com a etiqueta do Allgarve Gourmet, dando a conhecer pratos confeccionados especialmente para este evento que decorre até sábado. A iniciativa sofreu uma redução de quatro dias. As razões não se prendem com a falta de público, mas com o corte no orçamento para um programa que pretende "marcar" a animação de uma região, cada vez mais virada o turista nacional.

Os pratos de chefs conceituados voltaram à mesa do programa Allgarve

A sardinha e a cavala, peixes considerados menos nobres - mas de muito valor proteico - surgem neste evento em pratos agradáveis à vista e ao estômago. O chef Bertilio Gomes, responsável pela área gourmet do programa Allgarve, mostra-se satisfeito com a experiência e os resultados alcançados: "Temos mais público do que o ano passado". As filas para aceder à comida e à bebida, no dia inaugural, exigiam algum tempo de espera, mas em ambiente informal a demora até servia de pretexto para falar de férias e do que se vai passando pelas terras do sul. Não é só a degustação que desperta os sentidos, a localização à beira-rio também é convidativa.

O director do museu, José Gameiro, pretende apanhar a boleia do evento e procura alguém que pretenda vir a explorar o espaço, integrado no museu, para que a história da indústria conserveira possa traduzir-se numa nova forma de atrair visitantes. "A câmara vai lançar um concurso público para a exploração deste espaço, mas gostaríamos que seguisse esta linha [gourmet]".

Mais visitantes
Nas redondezas não faltam restaurantes de peixe, mas o objectivo do museu é o de apresentar uma proposta gastronómica alternativa. Ali perto, na ria Alvor, Rui Ferreira produz toneladas de ostras que exporta para França, directamente para a mesa de restaurantes afamados de Paris. Os espanhóis vêm comprar berbigão, para apresentarem as "tapas" com que os portugueses se deliciam em Ayamonte.

Os vinhos do Algarve, branco, tinto e rosé, durante largos anos estiveram afastados dos circuitos comerciais, mas regressaram e não mudou a apenas o design da garrafa. Os especialistas recordam-nos pela qualidade, os ingleses já não lhes chamam "bebedeiras engarrafadas". Marcam presença e fazem figura, caminhando lado a lado com os pratos, confeccionados ao vivo em interactividade com os clientes, pelos chefs Vítor Matos, do Hotel Casa da Calçada, Amarante; Nuno Diniz, do Hotel York House, Lisboa; Henrique Mouro, do restaurante Assinatura, Lisboa. Quatro degustações, mais duas bebidas, custam 15 euros; duas degustações com uma bebida, dez euros. O vinho a copo é vendido a um euro e meio.

O presidente do Turismo do Algarve, António Pina, confidenciou que "não esperava tanta gente, muito mais do que o ano passado". Os lugares sentados são apenas 80, mas a clientela vai rodando entre as 19h e as 24h. Assim, não dá para ficar a "fazer sala" porque há sempre alguém a pressionar com o olhar.

O dirigente regional do turismo entende que este é um evento que já se "afirmou e prestigia a região", mas nada quer adiantar quanto ao futuro: "Não sei o que novo Governo pensa sobre a continuação do programa Allgarve". Este conjunto de eventos, criados há cinco anos, tem vindo a sofrer grandes cortes orçamentais, principalmente a partir das duas últimas edições, altura em que o programa passou a ser gerido a partir da região e os municípios reduziram a comparticipação.

Allgarve em avaliação
O Allgarve foi criado como um programa cultural e artístico para preencher os dias de lazer, além do sol e da praia. A gastronomia foi uma das áreas com maior acolhimento junto da população, turistas e residentes. O Museu de Portimão - distinguido pelo Conselho da Europa, em 2010, com o galardão de "melhor museu" -, retrata a queda de uma comunidade piscatória ligada à indústria conserveira. Na abertura do Allgarve Gourmet, José Gameiro, durante a mesa-redonda "Portugal, o melhor peixe do mundo", destacou a importância das conservas ao longo da História. "Durante a Segunda Guerra Mundial foi um alimento de guerra, actualmente é um produto gourmet". O chef Fernando Fonseca, do grupo Real Santa Eulália, confirmou a qualidade do pescado português: "Quando chega cá um chef francês, de Marselha - onde há bons salmonetes - e diz que os nossos salmonetes são os melhores, somos levados a acreditar que é mesmo verdade"." - Público

Algarvios ilustres - Tomaz Cabreira

Tomaz António da Guarda Cabreira nasceu às duas horas do dia 23 de Janeiro de 1865, na casa da antiga Rua da Misericórdia, actualmente denominada Rua da Galeria, na freguesia de Santa Maria, em Tavira.

Casou, a 6 de Janeiro de 1864 com D. Francisca Emília Pereira da Silva, natural de Ponta Delgada. Veio a falecer em Tavira a 10 de Novembro de 1886, onde gozava de grande prestígio e profunda estima entre todas as classes sociais desta cidade. Desta união nasceram dois filhos, António Tomaz da Guarda Cabreira de Faria e Alvelos Drago da Ponte e Tomaz António da Guarda Cabreira.


Algarvio apaixonado, veio a morrer na sua terra, Tavira, a 4 de Dezembro de 1918, vítima de doença e apenas com 53 anos de idade. Após a morte, foram-lhe reconhecidos valor e mérito, sendo então homenageado, não só pelo seu carácter e inteligência, mas também pelos serviços prestados ao seu país.


Carreira Académica 
A sua personalidade multifacetada revela-se sobretudo nas diversas actividades e cargos que desempenhou ao longo da sua vida. Extensa é a lista dos atributos que referenciam os aspectos mais marcantes da sua vida e melhor o definem como eminente homem da ciência, parlamentar e notável professor catedrático, além de autor de importante obra publicada e distinto oficial do exército.

Já feito o exame de instrução primária, em 1877, entrou para a Escola Nacional, então instalada no antigo Palácio de Pombal, à Rua Formosa, transitando a seguir para o Liceu, onde conclui os preparatórios em quatro anos.

Assentou praça no Regimento de Infantaria a 14 de Setembro de 1881, matriculando-se em 25 de Outubro na Escola do Exército.

Foi promovido a Alferes graduado, em 22 de Julho de 1885; a Alferes, em 15 de Julho de 1887; a Tenente, em 30 de Dezembro de 1893; a Capitão, em 1 de Agosto de 1903; a Major, em 24 de Agosto de 1912; a Tenente Coronel, em 12 de Fevereiro de 1916 e a Coronel, em 27 de Abril de 1918.

Quando faleceu, estava, aproximadamente, a um quinto da escala para General, posto que atingiria provavelmente em 1921.

Em 1883, matriculou-se no 1º Ano da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, não podendo prosseguir devido a ter optado por dar continuidade à sua Carreira Militar.

No entanto, em 26 de Outubro de 1886, entrou para a Escola Politécnica e fez o respectivo Curso Geral, com excepção da disciplina de Geometria Descritiva, datando de 9 de Outubro de 1891 o seu último exame.

Alcançou o 1º prémio pecuniário e louvor, respectivamente, nas cadeiras de Química Mineral e de Economia Política.

Em 2 de Novembro de 1891, voltou à Escola do Exército, onde, em 28 de Outubro de 1893 se habilitou com a carta de Engenheiro Civil. Depois de ter prestado brilhantes provas públicas, foi nomeado lente substituto provisório das cadeiras de Química Mineral e de Química Orgânica, na Escola Politécnica, actual faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Em Julho de 1896, o Instituto de Coimbra concedeu-lhe o título de Sócio correspondente.

Em 26 de Maio de 1898, é nomeado, definitivamente, lente da Escola Politécnica. Em 26 de Junho de 1903, recebe a nomeação de Vogal da Comissão de Explosivos. Em 11 de Abril de 1907, é declarado Vogal fundador da Academia de Ciências de Portugal, na qual desempenhou o cargo de Segundo Secretário, desde 1907 até à data do seu falecimento.

Em 1 de Agosto de 1916, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa conferiu-lhe o grau de Doutor, nos termos da lei de 19 de Junho do mesmo ano.

De acordo com o novo estatuto Universitário, de 9 de Julho de 1918, foi promovido a professor ordinário na mesma faculdade.

Em 1907 fundou a Universidade Popular de Lisboa, destinada a ministrar, por via de prelecções ilustradas com projecções luminosas, diversos assuntos de manifesta utilidade pública.

Todo este saber foi, sem dúvida, enriquecido pelas muitas viagens que fez a Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Holanda, Áustria e Hungria, o que comprova o facto de dominar perfeitamente as línguas espanhola, francesa, italiana, inglesa e alemã.

As suas aptidões revelam-se também nos estudos que fez, quer no campo da Química quer no domínio da Economia Política.

É, no entanto, por vocação e especialmente por uma imensa dedicação, que segue o magistério.

Talvez por isso seja considerado, no seu tempo, como professor exemplar, pelas 18 gerações de alunos que leccionou.


Pensamento e Carreira Política
Tomaz Cabreira foi, sem dúvida alguma, um dos maiores estadistas que até hoje apareceu dentro da República; prova-o o conjunto de aptidões que nenhum outro reuniu ainda e prova-o documentalmente, a sua obra, absolutamente sã e isenta de mistificação e artifícios, sendo um verdadeiro padrão de patriotismo, de talento e de saber.

Muito cedo se afirma como um convicto republicano de ideias avançadas, que discursava em comícios e realizava conferências e as convicções políticas levaram-no muito cedo à condenação dos erros da monarquia.

Em 1887 é tido por republicano da extrema esquerda. Acredita que uma república bem avançada, roçando o socialismo, com todos os poderes no Parlamento e em que a liberdade quase absorvesse a autoridade, transformaria Portugal num país eleito.

Em 1894 foi proposto para Deputado Republicano ao parlamento pelo Círculo de Faro, tendo obtido uma votação relativamente importante, dada a má vontade que havia contra a apregoada Causa Republicana. A sua eleição é, sem dúvida, consequência da sua intervenção nas comissões políticas no Algarve. No entanto, a sua entrada no Parlamento valeu-lhe um destacamento para Trás-os-Montes por parte da hierarquia militar.

Como deputado, estudou e produziu uma extensa e profunda obra que apresentou às Câmaras Legislativas e participou activamente nos projectos e proposta de lei que, a seu ver, interessavam à vida económica e financeira do país. O facto de entender que o advento da República devia ser precedido de uma atmosfera de ideias construtivas, leva-o a fundar o Grupo Republicano de Estudos Sociais.

Em 1 de Novembro de 1908, foi eleito Vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Por ter exercido esse simples direito cívico, foi perseguido em termos militares, mas sentiu uma calorosa simpatia e solidariedade do povo republicano.

Em 17 de Julho de 1911, recebeu o diploma de Deputado à Assembleia Nacional Constituinte.

Em 23 de Agosto de 1912, é eleito Senador da República.

Em 8 de Setembro de 1913, é nomeado vogal da comissão incumbida de proceder ao estudo do local apropriado para o porto franco de Lisboa e, nos termos da lei respectiva, elaborar os projectos de obras necessárias.

Em 9 de Fevereiro de 1914, é nomeado Ministro das Finanças, cargo que exerceu até 22 de Junho e donde foi afastado, a seu ver, por ser incómodo a alguns correligionários seus. Isto leva-o a demitir-se do Partido Democrático.

Quando da Revolução de 14 de Maio, Tomaz Cabreira foi chamado para Ministro do Governo de José de Castro, tarefa que não chegou a exercer.

Embora filiado no partido democrático desde a sua adolescência, fazia questão de afirmar que, enquanto Ministro, não o era de qualquer partido mas da República.

Sendo um homem independente, justo e modesto, não se aproveitou da política nem lhe solicitou favores e o facto de conviver com príncipes, aristocratas, banqueiros e militares nunca o impediu de formar as suas ideias republicanas e de defender os mais desprotegidos.

Se a sua actividade como político lhe granjeou algumas inimizades, também lhe gerou calorosas e inegáveis demonstrações públicas de afecto, reconhecimento e admiração.

Depois de abandonar o partido e a política em 1914, continuou a lutar contra a inércia, a ignorância e a estupidez, criando a União da Agricultura, Comércio e Indústria, da qual foi eleito Vice-Presidente, assumindo a Presidência nos últimos anos.

A partir deste período da sua vida, desencantado e desiludido, o seu pensamento político vai evoluir no sentido conservador e atingir a extrema direita da Democracia.

Tomaz Cabreira iniciou-se na Maçonaria muito novo, não por espírito sectário ou anti-religioso, mas por preocupações políticas, pois o carácter secreto das "lojas" prestava-se à discussão das ideias republicanas e à execução de trabalhos de maior responsabilidade.

Acreditava profundamente em Deus e considerava como dever supremo servir a Pátria e a isso dedicou a sua vida com correcção, coerência e equilíbrio e, segundo ele, sob a égide de Deus.

Espírito cristão, o seu culto pela Justiça e pelo sentido de Honra levam-no a defender algumas das regalias da Igreja assim como algumas Ordens Nobiliárquicas.


Obra Publicada 
Tomaz Cabreira iniciou-se como jornalista, escrevendo crónicas políticas que, mais tarde, dão lugar a artigos literários e científicos, tendo ocupado lugar de destaque na Associação dos Jornalistas de Lisboa e na Associação da Imprensa Portuguesa. Defensor acérrimo das garantias conquistadas pelo esforço progressivo dos povos, destaca entre elas a liberdade de Imprensa, sendo sua convicção que os eventuais abusos serão sempre denunciados pela opinião pública como uma ofensa à verdade e à justiça.

Da análise das obras que Tomaz Cabreira nos legou, há que realçar a extensa variedade de temas que abordou, embora os de caracter económico e financeiro sejam sem dúvida os principais. Assim, escreveu sobre o ensino, comércio, problemas tributários, história, química e, curiosamente, dedicou também uma parte da sua obra à pintura.

O primeiro livro publicado data de 1896 "Princípios de Estereoquímica" e o último, com publicação póstuma, "A Composição da Linguagem de alguns Povos Pré- Históricos".

Pela sua importância, iremos abordar, noutro capítulo deste trabalho e com mais pormenor, "O Algarve Económico", onde Cabreira mostra a sua faceta de algarvio convicto, defensor intransigente da regionalização, provando nessa obra, que o Algarve tinha todas as potencialidades para ser a província mais rica de Portugal. Por este motivo, chegou ao ponto de defender uma completa autonomia administrativa.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Terras do nosso Algarve - Silves

A história de Silves remonta ao período pré-histórico conforme testemunham os achados de menires, sepulturas e instrumentos de pedra polida. Na Idade dos Metais, a importância do concelho aumentou devido à sua riqueza em cobre. Por aqui passaram também Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos (vestígios de estátuas, pedras com inscrições e moedas) e Muçulmanos.

Ficheiro:SLV.png

A conquista de Silves aos mouros, por D. Afonso III, ocorreu em meados do século XIII. Este rei concedeu-lhe foral em 1266 e elevou-a a concelho. Em 1504 foi-lhe dado novo foral por D. Manuel.

Do património arquitetónico e monumental do concelho, são de salientar:

- o Castelo de Silves, originalmente de construção árabe, que remonta ao século VIII. Constituído por muralhas de taipa e espessas torres, ergue-se, no centro, uma enorme cisterna com a abóbada abaulada e cinco arcos de volta inteira. 


- a Igreja da Misericórdia de Silves, edifício do século XVI, que revela a sua origem manuelina num pórtico lateral muito lavrado, colocado acima do solo, possivelmente a primitiva entrada; 

- o torreão das portas da cidade de Silves, antiga torre albarrã, de importante dimensão, que fazia parte das muralhas da cidade;

- o Museu Arqueológico de Silves, que está construído em volta de uma cisterna muçulmana. Alberga uma valiosa coleção arqueológica desde o período paleolítico até ao século XVII.



As atividades ligadas ao setor secundário têm um papel bastante importante na economia concelhia. As indústrias corticeira e extrativa constituem as principais atividades. A indústria extrativa surgiu na Idade dos Metais e a corticeira, implementada na segunda metade do século XIX, despoletou o incremento económico e urbanístico de Silves.A área agrícola ocupa cerca de 10,3% da área do concelho, sendo típicos os cultivos de cereais para grão, de frutos secos, de citrinos, os prados, as pastagens permanentes, o pousio e o olival. No que diz respeito à pecuária, aves, ovinos e suínos destacam-se como as principais espécies criadas. Silves tem uma baixa densidade florestal, pouco ultrapassando os 15% (15,1%) da superfície agrícola útil, correspondendo a 11 187 hectares.