sábado, 4 de junho de 2011

Compra de casa no Algarve volta a atrair portugueses

"As novas condições de mercado estão a atrair compradores nacionais.
Os hoteleiros acreditam que, este Verão, o Algarve vai estar a abarrotar de turistas. Mas não só: também os mediadores e promotores imobiliários estão com as expectativas em alta para a época. É que, apesar do mercado imobiliário, especialmente o residencial, estar a sofrer com a crise económica e com as medidas restritivas no crédito à habitação, o certo é que o Algarve apresenta, neste momento, boas oportunidades de negócio.
Os responsáveis das empresas de mediação e dos promotores, prevêem que este ano deverá registar-se um aumento dos negócios neste mercado sazonal, principalmente através do reforço das vendas a clientes portugueses, actualmente o comprador "número um" de casas no Algarve.
Para isso, os mediadores e promotores estão a contar com o facto de as casas estarem mais baratas - entre 10% e 20% -, mas sobretudo com a nova realidade algarvia, caracterizada por um mercado com "centenas de imóveis que os bancos estão a colocar no mercado, com financiamento garantido, isenção de avaliação e custos de dossier", comenta o director-geral da ERA Imobiliária, Miguel Poisson. Ou ainda, um mercado onde os ingleses e, acima de tudo, os irlandeses, "não estão a cumprir os contratos promessa de compra e venda e acabam por vender as casas por valores mais baixos", conta o director do departamento residencial da CB Richard Ellis, José Nuno Magalhães.
Aliás, de acordo com este responsável, esta é uma oportunidade que já está a ser aproveitada pelos portugueses, que estão agora a substituir os tradicionais clientes do Algarve na aquisição de uma casa de férias no Algarve, mas com a vantagem de o fazerem com desconto.
Além disso, reforça Miguel Poisson, "tem havido, também, muitos investidores a comprar casas a pronto, muitos delas para depois colocar no mercado do arrendamento". Uma tendência que poderá mesmo aumentar já que, segundo o director-geral da Fitamétrica, Paulo Fernandes, "tem-se verificado um aumento da procura de arrendamentos de longo prazo no Algarve".
A ERA é uma das mediadoras que já está a sentir os efeitos desta nova realidade, tendo aumentado significativamente as vendas de casas.
De acordo com Miguel Poisson, as agências da ERA no Algarve voltaram a apostar no mercado português e têm conseguido revender as casas de ingleses e irlandeses em euros, e assim permitir que estes recuperem o investimento, tendo em conta que a libra desvalorizou face ao euro. O mesmo se passa com a Fitamétrica que, atenta ao crescimento deste mercado, está a preparar a abertura de cinco novas lojas em Portimão, Vilamoura, Quarteira, Faro e Armação de Pêra. Agências que junta à loja de Lagos, inaugurada há cerca de um mês.
Por outro lado, diz o director do departamento residencial da Abacus Savills, Frederico Mendoça, "existe algum movimento no Algarve e as expectativas são positivas", mas ainda não sentem "grandes concretizações a nível de vendas". Contudo, a consultora - tal como as outras contactadas pelo Diário Económico - optou por manter os planos e está a preparar, para as próximas semanas, o lançamento das vendas de alguns empreendimentos imobiliários.

O mercado algarvio em números

10,4%
Faro foi o terceiro distrito do País - depois de Porto e Lisboa - mais penalizado na entrega de imóveis em dação em pagamento, por parte de promotores e proprietários, no período de Janeiro a Abril de 2011, representando 10,4% do total de imóveis entregues no país. De acordo com os dados da APEMIP, os concelhos de Portimão e Loulé são os mais penalizados.

6,3%
De acordo com os mesmo dados da APEMIP, na relevância por distritos, em relação às transacções imobiliárias realizadas nos primeiros quatro meses do ano, Faro apresenta a sexta melhor posição, com 6,3% do total do País. Refira-se que Lisboa apresenta 16%, enquanto que o Porto tem 13%, Aveiro e Braga 7% e Coimbra 6,4%.

15,8%
Ainda segundo a APEMIP, na comparação do número de transacções realizadas nos diferentes concelhos do distrito de Faro verifica-se que Loulé, com 15,8%, é a zona que melhor comportamento apresentou no período entre Janeiro e Abril de 2011. Segue-se Albufeira, com 13%, Portimão, com 10,9% e Tavira, com 9,4%.

5,7%
A APEMIP verificou ainda que a procura total de imóveis no distrito de Faro - no período de Janeiro a Abril de 2011 - foi de 5,7%, em comparação com o resto do País. Uma procura superior à registada no período de Setembro a Dezembro de 2010, em que tinha sido apenas de 4,8%. No distrito, Faro foi o concelho com mais procura, registando um total de 25%, em 2011." - Económico

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