domingo, 31 de julho de 2011

Galas de Verão com Ana Moura e Joe Cocker

"As galas de verão organizadas pelas unidades hoteleiras do concelho de Albufeira apresentam a fadista Ana Moura, que irá atuar na Herdade dos Salgados a 5 de agosto 2011. Dois dias depois, o Sheraton Algarve recebe Joe Cocker.


Depois de três álbuns fortemente aclamados pela crítica nacional e internacional, Ana Moura sobe a fasquia e lança o seu quarto disco “Leva-me aos Fados”, que apresenta ao vivo na Herdade dos Salgados. 
Pelas 21h45 do dia 5 de agosto, a artista apresenta em Albufeira um repertório de fados tradicionais que se mesclam com interpretações originais de criações de conceituados autores contemporâneos.


Já a 15ª Gala de verão do Sheraton Algarve, traz ao concelho uma das vozes mais emblemáticas dos anos 60, Joe Cocker prepara-se para atuar nos jardins da Casa Pine Cliffs, junto à piscina do Pine Cliffs Residence, no dia 7 de agosto, pelas 22h30. 
Esta é uma oportunidade única para ver e ouvir de perto este conceituado artista e recordar grandes sucessos como “With a little help from my friends”, “You can leave your hat on” e “Unchain my heart”.


Os bilhetes para o espetáculo de Ana Moura podem ser adquiridos num dos seguintes locais da região: Worten- Albufeira, Faro, Guia, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão RP, Portimão e Tavira; Fnac- Algarve Shopping; Abreu – Lojas Off line em Albufeira, Faro e Portimão.
Para participar na Gala do Sheraton Hotel, que inclui cocktail de boas vindas, jantar, concerto com Joe Cocker e fogo de artifício, deve contatar o número 289 500 360 ou e-mail: info@pinecliffs.com" - Algarve Central

    Viagem pelas cataplanas do Algarve

    "As receitas do “Cataplana Experience” já estão nas ementas dos 40 restaurantes concorrentes, prontas a serem degustadas. Obrigatórios só os produtos regionais e a cataplana. O resto é imaginação, que contagiou até cozinheiros asiáticos. Veja os sabores.

    “Tamboril em molho de carabineiro suado na cataplana” é a proposta do Chefe Jorge Rodrigues  do Restaurante Restaurante Atlântico (Altura - Castro Marim)
     




     
    O júri já realizou a sessão de prova das 40 receitas propostas este ano pelos chefes dos restaurantes concorrentes, que deve constar nas ementas até 31 de agosto, em que serão conhecidos os vencedores.

    Os restaurantes são classificados em três categorias, desde o gastronómico/fine dining, passando pelo informal/ casual até ao tradicional/típico e, além da diversidade de estilo das cozinhas e dos espaços, concorreram salas do Algarve de ponta a ponta.

    Uma viagem gastronómica, a proporcionar passeios e descobertas de lugares por vezes menos conhecidos e espaços de degustação diferentes.

    Um dos concorrentes, aliás repetente na “Cataplana Experience” é o chefe Jorge Rodrigues que este ano apresenta uma receita inovadora de “Tamboril em molho de carabineiro suado na cataplana” (na foto).

    Desde 15 de julho que o prato consta da ementa do Restaurante Atlântico do Eurotel Altura, em Castro Marim, do qual é Chefe executivo e pode assim ser apreciado como prato principal, pelos gourmets.

    Jorge Rodrigues é natural do Algarve, tem 27 anos e venceu a Etapa Regional Sul/Ilhas do Concurso Chefe Cozinheiro do Ano 2010. No seu percurso profissional, constam as cozinhas do Aymerich Golf Costa Esuri (Espanha), entre outros.

    O Chefe concorre na categoria de restaurante informal (restauração moderna e serviço contemporâneo) e a sua receita, assim como a dos restantes concorrentes, teve como critérios de avaliação a seleção de produtos e ficha técnica, apresentação, sabor e criatividade e inovação.

    Tudo isto no interior da cataplana, um objeto culinário único, semelhante a uma concha com duas metades que se fecham hermeticamente, deixando no seu interior os sabores e a textura dos alimentos.

    Das entradas às sobremesas
    Na edição de 2011, as receitas contemplam entradas, pratos principais e sobremesas, numa lista de tentações apetecíveis.

    Entre as propostas exóticas está a entrada Cataplana de ovas de peixe, do Restaurante “Viagem aos Sabores” da Pousada do Infante de Sagres.

    A “Cataplana do Oriente” do Restaurante Takô Sushi ou, no Restaurante Thai a Cataplana de Caril vermelho de camarão e ananás como prato principal, ambos na Marina de Vilamoura, desafiam a provas de novos sabores.

    Já o Restaurante Visconde, da Pousada de Estoi, apostou numa sobremesa: Peras bêbedas, escalfadas na cataplana com bolo húmido de gila e molho inglês.

    A lista completa dos restaurantes, que se estende de Sagres ao Guadiana, passa pela maioria das cidades algarvias, por sabores marinheiros e campestres, nos hotéis de cinco estrelas, mas também em quintas românticas, ou em aprazíveis esplanadas nas praias, pode ser consultada aqui.

    E para aguçar o apetite, estão disponíveis as fotografias das sessões de prova do júri que se podem ver aqui.

    O Cataplana Experience - Concurso de Restaurantes tem o objetivo de abordar as potencialidades da cataplana, desde as receitas mais tradicionais às propostas mais arrojadas. A cerimónia de entrega da Cataplana de Ouro será a 31 de agosto no espaço Cataplana Experience, na Marina de Vilamoura.

    A iniciativa é do programa de animação ALLGARVE'11 e do Turismo do Algarve, com produção das Edições do Gosto." - Observatorio do Algarve

    sábado, 16 de julho de 2011

    Praias do nosso Algarve - Porto de Mós

    A praia nasce num vale amplo e aberto, formando um extenso areal enquadrado nas extremas por arribas altas. Do Miradouro da Atalaia, situado no topo da arriba, a paisagem é soberba, avistando-se a linha de costa até Sagres. 
    Para poente dominam os tons cinzentos-claros, as arribas são talhadas em margas (calcários com elevado teor de argila) fortemente laminadas e sustidas em equilíbrios muito precários. Na época húmida acumula-se na base da arriba uma espessa camada de argila, que os locais dizem possuir propriedades medicinais. 
    Na face da arriba crescem plantas bem adaptadas à salsugem como a salgadeira, a barrilha e a valverde-dos-sapais, ou caniços nos locais que evidenciam escorrências de água. Para poente as arribas exibem tons ocres, muito quentes, e avistam-se já as formações rochosas que configuram a Ponta da Piedade. Apesar da proximidade com a cidade de Lagos, a envolvente da praia ainda mantém características naturais e o areal possui troços muito tranquilos.
    praia de porto de mós, praia de porto de mós lagos
    Nota: Uma vez que existe a possibilidade de ocorrer desprendimento de pedras, recomenda-se atenção à faixa junto das arribas.
    Acesso: Viário alcatroado a partir de Lagos, subindo a Av. dos Descobrimento e virando à esquerda na rotunda junto ao Quartel dos Bombeiros, seguindo na direcção de Porto de Mós. Estacionamento amplo. Diversos equipamentos de apoio (restaurantes e WC) e vigilância na época balnear. Praia Acessível. Orientação: sul.

    quarta-feira, 13 de julho de 2011

    Algarve: Locais a visitar - Parque Natural da Ria Formosa


    Parque Natural da Ria Formosa foi criado a 2 de maio de 1978, segundo o Decreto-Lei n.º 45/78, ocupando uma área de 18 776 hectares.


    Zona húmida constituída por uma formação lagunar característica, pelos seus sapais e cordões arenosos. Suporta numerosas espécies animais.

    De Faro, Olhão ou Tavira vai-se até ao mar de barco, atendendo a que apenas a ilha de Faro dispõe de um acesso artificial. Atravessada a ria, encontra-se uma barreira de ilhas estreitas e arenosas.


    Ao longo de 60 km de costa baixa que unem o Ancão à Manta Rota, o Parque Natural coincide com um sistema lagunar em permanente mudança, formado a partir de depósitos trazidos em suspensão pelo mar e pelas linhas de água da bacia hidrográfica do Sotavento Algarvio. O cordão dunar que o limita a sul dispõe-se em alongadas penínsulas - Ancão e Cacela - e em ilhas-barreira estreitas e arenosas - Barreta, Culatra, Armona e Tavira - separadas por barras que abrem caminho ao mar, sujeitas a contínua e lenta migração. A ilha da Culatra, por exemplo, tem aumentado para oeste, parte da ilha de Tavira recuou, as barras da Fuzeta e de Cabanas deslocam-se lentamente e, um pouco por toda a parte, nota-se uma tendência geral para a colmatagem. A ria Formosa está em permanente transformação, o que leva a dizer que se vai formando em permanência. Esta transformação é evidente em toda a planície costeira que bordeja a ria, área densamente povoada, lugar dos mais importantes centros populacionais - Faro, Olhão, Tavira e Fuzeta - e do essencial do turismo no que ele comporta, quer como pontos de atração, quer como área construída.

    No Parque Natural da Ria Formosa distinguem-se três zonas: a zona marítima (mar), a zona do cordão dunar e a zona de sapal (rio).



    Quanto à fauna do parque, a aparente pobreza da vegetação contrasta com a riqueza de que se reveste a sua vida animal. A composição e abundância do zooplâncton - conjunto de organismos animais que vivem de forma mais ou menos passiva por não possuírem capacidade de deslocação - é de importância fundamental, sobretudo na cadeia alimentar dos peixes que aí habitam.

    A ria Formosa torna-se assim, para além de local de abrigo, zona privilegiada para a alimentação, reprodução e permanência de numerosas espécies animais, desde os peixes aos invertebrados, incluindo moluscos e crustáceos, servindo simultaneamente de suporte a uma avifauna diversificada.

    No que diz respeito à flora, são dois os principais interesses do Parque Natural: por um lado, os sapais - áreas submersas pela maré alta e a descoberto na maré baixa - com a sua vegetação halófita (vegetação que tolera elevados teores salinos, escassez de oxigénio dos solos e longos períodos de emersão). Por outro lado, a flora dunar - espécies adaptadas aos ventos fortes, salinidade excessiva e grande permeabilidade dos solos - que apresenta como espécies o estorno, a arméria, o malmequer-das-praias, o narciso-das-areias e os cordeirinhos-da-praia.



    A importante variedade de habitats existentes alberga mais de 50 espécies de peixes, desde os sedentários aos de origem marinha, parte deles migradores, e de que se podem citar a dourada, o robalo, o sargo, a tainha, a enguia, entre outros. Para além dos peixes, devem referir-se os crustáceos - o camarão-de-monte-gordo e o camarão-da-ria, o caranguejo-morraceiro e a boca - e cefalópodes, como o polvo, o choco e o búzio. Fundos baixos, temperaturas adequadas, uma salinidade elevada, águas renovadas e um substrato de fundos arenosos e argilosos são outros tantos fatores propícios à fixação e desenvolvimento das mais variadas espécies marinhas, sobretudo daquelas que necessitam de águas protegidas para efetuarem o seu ciclo normal de vida. Devido ao facto de possuir todas estas condições a ria tornou-se local de criação no respeitante aos moluscos bivalves. Os anfíbios, grandes consumidores de insetos e, salvo raras exceções, quase sempre associados a massas de água doce, estão bem representados na planície costeira que bordeja a ria - rã-comum, rela e sapo -, enquanto o cágado-vulgar e o cágado-de carapaça-estriada estão presentes na Quinta do Ludo.

    A ria é uma importante zona de invernada de aves aquáticas e limícolas oriundas do Centro e Norte da Europa, dando guarida a efetivos importantes de borrelho-grande-de-coleira, tarambola-cinzenta, maçarico-de-bico-direito, pilrito e alfaiate. A zona de água doce, por sua vez, é local de nidificação para a galinha-sultana, cada vez mais rara, galinha-de-água, galeirão-comum, mergulhão-pequeno, garça-pequena e pato-real, enquanto o caniçal constitui refúgio para uma importante população de garça-boieira. Finalmente as salinas, sobretudo o salgado da Terra Estreita, próximo de Tavira, são locais onde se podem encontrar grandes concentrações de gaivinas e de limícolas e um dos raros locais onde se pode observar o flamingo.

    Diretamente dependente da ria está a extração de inertes, sobretudo areias que, se por um lado é resultante das drenagens necessárias à manutenção das barras e canais, por outro é uma exigência motivada pelo enorme surto de construção civil existente em toda a área.

    terça-feira, 5 de julho de 2011

    Algarvios ilustres - O Remexido

    Remexido ou Remechido (como se escrevia no século XIX), nome por que ficou conhecido José Joaquim de Sousa Reis (Estômbar, 19 de Outubro de 1797 - Faro, 2 de Agosto de 1838) foi um célebre guerrilheiro algarvio, que nasceu no Algarve em 1797, em Estombar.


    O fenómeno histórico-lendário do Remechido: um homem do povo que sustenta uma causa, empunha uma bandeira e morre de pé, fiel às suas convicções e ao seu idealismo político.

    Para os vencedores não passou de um rebelde miguelista que não aceitando a amnistia política publicada após a Convenção de Évora-Monte, se havia transformado por sua livre vontade num bandoleiro, num assaltante de estradas, sanguinário e facínora, um perigoso guerrilheiro, sustentáculo de uma causa que punha em perigo a segurança dos habitantes do Algarve e a própria integridade nacional, já que o seu exemplo servia os interesses das guerrilhas carlistas espanholas, desejosas de concentrarem poderosas forças militares no Algarve e Andaluzia, para investirem contra o ateísmo liberal que se havia apoderado da Península Ibérica.

    Foi contra a perversidade dos interesses políticos e das provocações perpetradas pelo governo, preferencialmente infligidas sobre a Igreja - de que resultou o pauperismo das massas camponesas - que se reanimaram as guerrilhas e se reacendeu a contra-revolução miguelista. Não podendo contar com as chefias militares que no tempo da guerra-civil conferiram ao exército miguelista a necessária organização e disciplina, estas limitaram-se a levantar um grito de revolta contra a rapacidade dos novos senhores da terra, clamando por melhor justiça e maior protecção às classes desprotegidas.

    Etiquetar alguém de miguelista era uma condenação que fazia dele inimigo público, destituído dos mais elementares direitos cívicos. Era a causa e a consequência de todas as desgraças.

    Apesar da amnistia e dos esforços do governo para pacificar o país, o certo é que os sicários do novo regime instigavam a plebe contra os antigos soldados de D. Miguel e seus adeptos políticos. Entre os homens a abater figuravam os nomes do Remechido, no Algarve, e do Padre Marçal José Espada, no Alentejo. Se antes eram adversários políticos, passaram, agora, a foras-da-lei, salteadores, bandoleiros, bandidos armados, etc. Porém, houve um momento em que José Joaquim de Sousa Reis, vulgo Remechido, pensou apresentar-se às autoridades ao abrigo da amnistia. Para isso mandou o seu filho, Manuel da Graça Reis, a S.Bartolomeu de Messines averiguar se podia regressar sem receio nem ofensa dos seus antigos inimigos. Contrariamente ao exarado na competente lei, foi detido e enviado ao presídio de Silves, de onde, aliás, viria a evadir-se pouco depois. 

    O Remechido, que se encontrava escondido nas imediações da aldeia, perdeu todas as ilusões e assim como ele todos os que o acompanhavam. E a sua desilusão agravou-se ainda mais quando, numa altura em que o filho gemia a ferros, lhe aprisionaram também a esposa, Maria Clara, acusando-a de à semelhança do marido ter cometido certas atrocidades contra os cidadãos liberais e de ter divulgado «noticias altamente subversivas contra o Governo Legitimo de S.M. a Rainha». Parece que a mulher do Remechido propalara o boato de estar prestes a chegar uma esquadra da Rússia para auxiliar a causa absolutista a recuperar o trono, animando com isso os serrenhos a reunirem-se ao marido.

    A ofensa foi inaudita, pois sujeitaram a esposa do rebelde ao aviltante espectáculo público da rapagem do cabelo e do suplício das palmatoadas em pleno adro da igreja de Messines. Diz-se que o povo, ainda não satisfeito com o bárbaro castigo, pilhou e incendiou a casa do célebre guerrilheiro. A afronta excedeu todos os limites. Contudo, o Remechido não reagiu de pronto, receando o poder de fogo da Guarda Nacional ali estacionada. Esperou melhor justificação para chamar a si os homens que andavam pela serra em pequenas pilhagens sem qualquer significado político que não fosse o de, simplesmente, matarem a fome. E o momento chegou quando D. Miguel publicou a 21-3-1836 uma «Proclamação aos Portugueses» chamando-os a retornar à causa da Pátria e da Santa Religião.

    Receando o confronto aberto com as experimentadas tropas do governo, mais numerosas e melhor armadas, o Remechido optou pela estratégia da camuflagem, mandando dispersar os seus homens pelas terras e lugarejos de onde provinham, vestindo a pele de camponeses, trabalhadores rurais ou de pobres agricultores. Enquanto não recebessem ordens do seu chefe deveriam manter-se ordeiramente nos seus casais da serra, substituindo as armas pelas alfaias agrícolas. 

    As guerrilhas poderiam ter suspirado de alívio se as contingências do destino, desta vez, não se tivessem virado para o lado do mais forte. Com efeito, no dia 28 de Julho, delataram a presença do Remechido à frente de uma força de 248 homens no sítio da Portela da Corte das Velhas. Face ao desequilibrado poder de fogo e às dificuldades de furar o cerco, os rebeldes viram cair 56 dos seus homens, após o que iniciaram uma desordenada retirada. Para trás ficou o Remechido a descoberto e à vista da tropa que logo o identificou. Levaram-no para Faro, onde foi julgado em Conselho de Guerra, no dia 1 de Agosto, no salão nobre da Misericórdia, que o condenou à pena capital.


    No dia seguinte, pelas dezoito horas no Campo da Trindade (actual Jardim João de Deus, vulgo Jardim da Alameda) foi fuzilado, e de imediato sepultado no cemitério da Misericórdia.

    A sua presença de espírito perante o tribunal que o condenou; a forma serena, íntegra e respeitosa como recebeu os últimos sacramentos; as últimas palavras que por escrito dirigiu ao filho no sentido de procurar, no indulto que a lei lhe oferecia, a paz que ele próprio nunca desfrutara, são pormenores que revelam a superior personalidade de um homem honrado, fiel às suas convicções e juramentos. Uma análise minuciosa das declarações proferidas durante o julgamento permitem perceber que o Remechido não era o ferino bandoleiro que o governo propagandeava aos quatro ventos. Bem pelo contrário, era um chefe militar de arreigados princípios políticos e razoável instrução, profundamente crente na superioridade da fé católica, pela qual também se bateu de armas na mão.

    segunda-feira, 4 de julho de 2011

    Monchique inaugura loja para promover mel e medronho


    "A “Loja do Mel e do Medronho” foi inaugurada no passado sábado, na vila de Monchique, pelo presidente da câmara municipal, Rui André. Esta loja tem como objetivo “a promoção dos produtos locais através das suas associações representativas”, neste caso a APILGARBE (Associação de Produtores de Mel) e a APAGARBE (Associação de Produtores de Medronho do Barlavento).
    O estabelecimento está localizado no Largo dos Chorões, num espaço cedido pela autarquia através do protocolo celebrado no sábado entre estas três entidades.

    “Esta iniciativa surge devido ao manifesto interesse destas associações em colaborar com a câmara municipal no sentido da promoção dos seus produtos, associando-os à dinâmica que o município pretende implementar na diferenciação e certificação de qualidade dos produtos produzidos em Monchique”, realça a autarquia.

    A câmara de Monchique reconhece ainda que “existe um grande potencial das fileiras do mel e da aguardente de medronho, assim como dos seus derivados, para a economia local” e “o facto de estas registarem uma falta de competitividade, inerente ao deficiente contacto entre o produtor e o consumidor, o que levou à efetivação deste projeto, contribuindo desta forma para promoção direta destes produtos”." - Jornal do Algarve

    Terras do nosso Algarve - Albufeira

    Albufeira situada no centro de Algarve e sede do concelho, é um dos centros turísticos mais importantes de Portugal. Com uma temperatura média anual de 17ºC e com um litoral com mais de 30 km de praias, muitas delas distinguidas com Bandeira Azul, Albufeira é um paraíso para o visitante que não só desfrutará do sol como também da famosa vida nocturna de Albufeira.



    HISTORIA
    Ainda que se desconhecem as suas origens, se acredita que a região já estava habitada em tempos pré históricos e que além disso de tratava de uma importante população e porto marítimo.O passo dos romanos por está cidade, que estrategicamente se situaram sobre o Cerro da Vila, supôs um impulso para a actividade agrícola e comercial, ainda hoje se conservam restos da sua urbanização.Com a dominação árabe passou a ser conhecida como Al-buhera. Na época se intensifica o comércio e se introduzem novas técnicas que impulsionam a agricultura e se realizavam importantes fortificações que serviram mais tarde para converter a está cidade na maior fortaleza dos mouros frente a ocupação cristã. A cidade foi integrada no reino do Algarve com a conquista cristã definitiva no ano de 1249.O 20 de Agosto de 1504, data em que actualmente se celebra o dia da cidade, o rei D. Manuel I a concede o Foral da Vila. Sucede então um período de desenvolvimento económico coincidindo com a época dos Descobrimentos.No ano de 1755 um terramoto destruiu praticamente toda a zona. As obras de reconstrução se iniciaram de forma imediata, mas não foi até o séc. XIX quando a cidade descola economicamente com o importante crescimento da indústria pesqueira, a exportação de peixe e os frutos secos. Entre os anos de 1930 e 1960 volta a sofrer uma grave crise, as fábricas se fecham e a população se reduz consideravelmente.Nos anos 60 quando o nascimento do turismo em todo o Algarve volta a ressuscitar a economia de Albufeira. Desde esse momento a cidade não deixou de prosperar. Na década dos anos 80 se transladaram a esta cidade uma grande parte dos serviços administrativos, entre eles a Câmara Municipal.


    Passeio Turístico
    A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição: A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída no séc. XVIII, foi consagrada no 15 de Julho de 1800 pelo Bispo do Algarve, Francisco Gomes de Avelar. Situa-se na Rua da Igreja Nova e substituiu a antiga igreja que foi arrasada com o terramoto do ano de 1755. É neoclássico e sua planta é de uma só nave com quatro capelas laterais, capela baptismal, coro, dois púlpitos e duas salas laterais. Em cima da fachada se encontra a Cruz de Avis. Destaca-se no altar-mor uma pintura atribuída ao pintor albufeirense Samora Barros que serve de fundo à imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Albufeira.

    A Torre Sineira: A Torre Sineira foi construída no ano de 1869 formando parte da Igreja Matriz de Albufeira. A construção tem uma altura de 28 m e no topo da torre possui um formoso campanário.

    A Capela da Misericórdia situa-se na Rua Henrique Calado. Nas suas origens era uma mesquita árabe, mas foi restaurada e transformada em capela no ano de 1499. Foi reconstruída depois do terramoto sofrido no ano de 1755 e conserva no seu interior elementos góticos do séc. XV como o portal, o arco triunfal e a abside. Destaca-se no seu interior as imagens de Nossa Senhora da Visitação e a do Senhor Morto.

    A Igreja de Santa Ana foi construída no séc. XVIII e se encontra situada na praça Jacinto d´Ayet. Na capela-mor se encontra um retábulo atribuído aos mestres Francisco Xavier Guedelha e João Baptista. Também se destaca em seu interior um retábulo de Nossa Senhora das Dores e uma imagem de Cristo Crucificado esculpido em madeira.

    Igreja de S. Sebastião A Igreja de São Sebastião foi construída a meados do século XVIII e se encontra situada na Praça Miguel Bombarda. Sua planta é de uma só nave e destaca-se na parte de fora sua porta principal estilo barroco. Conserva em seu interior um retábulo de madeira da segunda metade do séc. XVIII e diferentes imágens de santos.

    A Torre do Relógio se encontra situada na Rua Bernardino de Sousa. No século XIX foi colocada no alto da torre uma coroa de ferro, que se ilumina nos dias de festa

    A Ermida da Nossa Senhora da Orada foi construída no final do séc. XVIII sobre uma antiga capela datada no séc. XVI. Destaca em seu exterior os sepulcros de Francisco da Silva Cabrita e Francisco Correia d' Ataíde Cabrita, e no seu interior um formoso retábulo de madeira.

    O Santuário de Nossa Senhora da Orada é uma típica ermida rural erguida em um vale que estava antigamente deserto. Se desconhece a data da sua construção, mas se sabe que é anterior ao século XV. Destaca-se na capela-mor um retábulo da segunda metade do século XVIII.

    O Edifício da Antiga Albergaria encontra-se situado na Rua Henrique Calado e foi dos poucos edifícios que se salvaram do fatídico terramoto do ano de 1755. Antigamente o edifício era utilizado pela Misericórdia para albergar aos viajantes e mendigos que necessitavam ajuda.

    Da Muralha do Castelo, devido ao passar do tempo e ao terramoto do ano de 1755, apenas ficam de pé as ruínas de uma torre, parte da Porta de Sant´Ana e uma torre de defesa da Porta do Norte que hoje em dia acolhe um restaurante.

    A Porta de Sant'ana foi uma das três portas que tinha o castelo e dava acesso a capela do mesmo nome que desapareceu devido ao terramoto sofrido no ano de 1755. A partir do século XVIII o culto a Sant'ana passou a realizar-se na actual Igreja de Sant'ana.

    O Arco da Travessa da Igreja Velha é um claro exemplo de arquitectura árabe. Antigamente nesta rua existia uma mesquita árabe, posteriormente transformada em igreja cristã e que ficou totalmente destruída durante o terramoto do ano de 1755.

    São Vicente de Albufeira é um monumento em memória a Frei Vicente de Santo António, ilustre personagem nascido em Albufeira no ano de 1590. Encontra-se situado na praça Jacinto d'Ayet.

    O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira situa-se na parte antiga da cidade, no edifício que até a década dos 80 foi Camara Municipal. No seu interior alberga diferentes salas de estudo, conservação e uma biblioteca. As peças expostas vão desde as suas mais remotas origens até o século XVII, e estão divididas em quatro grandes núcleos, pré-história, período romano, período islâmico e idade moderna. Destacam-se os restos arquitectónicos encontrados na Vila Romana da Retorta e a Necrópoles de Morgado da Lameira.

    domingo, 3 de julho de 2011

    Lendas Algarvias - A Moura do Castelo de Tavira

    A noite de S. João é, desde tempos imemoriais, a noite das mouras encantadas. A tradição conta que no castelo de Tavira existe uma moura encantada que todos os anos aparece nessa noite para chorar o seu triste destino. 


    Os mais antigos dizem que essa moura é a filha de Aben-Fabila, o governador mouro da cidade que desapareceu quando Tavira foi conquistada pelos cristãos, depois de encantar a sua filha. A intenção do mouro era voltar a reconquistar a cidade e assim resgatar a infeliz filha, mas nunca o conseguiu. 

    Existe uma lenda que conta a história de uma grande paixão de um cavaleiro cristão, D. Ramiro, pela moura encantada. Foi precisamente numa noite de S. João que tudo aconteceu. Quando D. Ramiro avistou a moura nas ameias do castelo, impressionou-o tanto a sua extrema beleza como a infelicidade da sua condição. Perdidamente enamorado, resolveu subir ao castelo para a desencantar. 

    A subida através dos muros da fortaleza não se revelou tarefa fácil e demorou tanto a subir que, entretanto, amanheceu e assim passou a hora de se poder realizar o desencanto. Diz o povo que a moura, mal rompeu a aurora, entrou em lágrimas para a nuvem que pairava por cima do castelo, enquanto D. Ramiro assistia sem nada poder fazer. A frustração do jovem cavaleiro foi tão grande que este se empenhou com grande fúria nas batalhas contra os Mouros. Conquistou, ao que dizem, um castelo, mas ficou sem moura para amar...


    A tradição conta-nos esta lenda, como muitas outras, em verso:
    Meia noite além ressoa
    Cerca das ribas do mar
    Meia noite já é dada
    E o povo ainda a folgar.
    Em meio de tal folguedo
    Todos quedam sem falar
    Olhos voltam ao castelo
    Para ver, para avistar
    A linda moura encantada
    Que era triste a suspirar.
    - Quem se atreve, ai quem se atreve
    Ir ao castelo e trepar
    Para vencer o encanto
    Que tanto sabe encantar?
    - Ninguém há que a tal se atreva
    Não há quem em mouros fiar
    Quem lá fosse a tais desoras
    Para só desencantar
    Grande risco assim correra
    De não mais de lá voltar.
    Ai que linda formosura
    Quem a pudera salvar!
    O alvor dos seus vestidos
    Tem mais brilho que o luar
    Doces, tão doces suspiros
    Onde ouvi-los suspirar ... ?
    Assim um bom cavaleiro
    Só se estava a delatar
    Em amor lhe ardia o peito
    Em desejos seu olhar.
    Três horas eram passadas
    Neste continuo anceiar
    Cavaleiro de armas brancas
    Nunca soube arreceiar
    Invoca a linda mourinha
    Mas não ouve o seu falar
    Nada importa a D. Ramiro
    Mais que a moura conquistar
    Vai subir por muro acima
    Sente os pés a resvalar
    Ai que era passada a hora
    De a poder desencantar! ..
    Já lá vinha a estrela d'alva
    Com seus brilhos a raiar
    No mais alto do castelo
    Já mal se via alvejar
    A fina branca roupagem
    Da linda filha de Agar.
    Ao romper do claro dia
    Para mais bem se pasmar
    Sobre o castelo uma nuvem
    Era apenas a pairar
    Jurava o povo, jurava
    E teimava em afirmar
    Que dentro daquela nuvem
    Vira a donzela entrar.
    D. Ramiro d'enraívado
    De não poder-lhe chegar
    Dali parte e contra os mouros
    Grande briga vai armar,
    Por fim ganha um bom castelo
    Mas. .. sem moura para amar.

    sábado, 2 de julho de 2011

    Amêndoa algarvia a 47 cêntimos/kg

    "A amêndoa algarvia está a passar tempos difíceis. O custo da mão-de-obra está a crescer, inversamente ao preço do produto, que em 2010 atingiu o valor mais baixo dos últimos 10 anos: 47 cêntimos por quilo.



    "Pagamos 30 euros de mão-de--obra por dia, por pessoa, e cada arroba [15 quilos] está a vender-se a sete euros. Só dá prejuízo", conta Manuel Martins, produtor de Loulé, proprietário de um amendoal com 500 árvores. A baixa de preços está ligada à concorrência dos mercados espanhol e norte-americano, mais especificamente da Califórnia, o maior produtor do Mundo.
    "Os nossos produtores têm várias parcelas de terreno dispersas e muitas vezes pequenas, o que faz com que não se consiga produzir tão intensamente como na Califórnia, que tem áreas grandes e dedicadas exclusivamente à produção da amêndoa", explica José Filipe, da AGRUPA – Agrupamento de Alfarroba e Amêndoa. Para além da produção em massa, a tecnologia avançada empregue nos EUA permite vender a amêndoa já descascada mantendo o baixo preço, enquanto os produtores nacionais têm ainda de suportar o encargo do descasque.
    O cada vez menos lucrativo negócio está a fazer com que os agricultores comecem a abandonar a produção. Há um ano que Manuel Martins não recolhe amêndoas. "Tenho 500 quilos na garagem à espera que o preço suba", assume, lembrando que está a apostar cada vez mais na produção da alfarroba, solução que tem sido adoptada pela maioria dos produtores. "É o chamado Pomar de Tradicional Sequeiro Algarvio, com alfarrobeiras, amendoeiras, figueiras e oliveiras. É um sistema mais ecológico e menos atreito a riscos comerciais, porque se uma produção não compensa, sempre têm outro produto", realça José Filipe.
    DISCURSO DIRECTO
    "PRODUTORES NÃO ESTÃO INTERESSADOS", José Filipe, AGRUPA - Agrup. Alfarroba e Amêndoa
    CM – Qual a grande dificuldade dos produtores de amêndoa?
    José Filipe – Quando a mão-de--obra começou a escassear, a partir dos anos 70 do século passado, começou a haver um abandono cada vez maior dos amendoais. Agora, com o preço em baixo, muitos produtores nem sequer apanham as amêndoas sob risco de não compensar financeiramente.
    – O que poderá ser feito para contrariar a baixa produção?
    – Organizações como a AGRUPA podem ajudar a criar instalações de recolha, selecção e comercialização, mas tal nunca foi feito porque os produtores não estão interessados. Mesmo com apoios do Estado, teriam de injectar algum capital.
    – A produção é significativa?
    – Actualmente, na AGRUPA, a produção de amêndoa equivale a apenas um por cento do volume de negócios.
    PINHÃO É VENDIDO PARA TODO O MUNDO
    É no Alentejo que se concentra grande parte da produção nacional de pinhão. Num ano médio, atinge--se 80 milhões de quilos de pinha e 2,3 milhões de quilos de pinhão, num volume de negócios de 80 milhões de euros. Dos 53 mil hectares de pinheiro manso existentes no Alentejo, 35 mil situam-se na região litoral. Os concelhos de Grândola e Alcácer do Sal assumem-se como os mais produtivos do País (60 por cento da produção total). Só em Alcácer, há 150 produtores que retiram do pinheiro manso o rendimento anual. É o caso de Vítor Rosa, proprietário de uma fábrica de transformação de pinhão, com 60 anos de história. "É um produto de exportação porque a nível interno é um fruto caro e de consumo baixo. Diariamente saem da fábrica 1500 quilos de pinhão para Itália, EUA, Alemanha, Suíça, Arábia Saudita, Israel e Japão", explica.
    CASTANHA VALE 20 MILHÕES
    A produção de castanha gera anualmente cerca de 20 milhões de euros nos concelhos de Vinhais e Bragança. É a cultura mais rentável daquela região transmontana. Na denominada Terra Fia, a produção anual ronda as 42 mil toneladas, perto de 85 por cento da produção nacional. Exportam para vários países da Europa, para o Brasil e para os Estados Unidos." - Correio da Manhã

    Praias do nosso Algarve - Praia da Ingrina

    Ao longo do percurso para a praia convém apreciar as extensas cearas e os frequentes monumentos megalíticos que povoam toda esta região, sobretudo menires talhados em calcário branco. Junto ao mar, os campos agrícolas são substituídos por matos baixos litorais 
    A praia é pequena, em forma de concha e de aspecto paradisíaco, convidando ao banho nas águas calmas da baía. Uma grande plataforma de lapiás calcários (rocha muito rendilhada pela erosão) a poente e arribas calcárias muito recortadas a nascente delimitam a enseada. A prática de mergulho está favorecida nesta praia, com uma extensa área de formações rochosas imersas muito apetecíveis, tanto a poente como a nascente.
    Acesso: viário alcatroado a partir da povoação da Raposeira (EN 125), segundo na direcção da Ingrina durante cerca de 4 km. Estacionamento amplo mas não ordenado, com equipamentos de apoio (restaurante e WC) e vigilância na época balnear. Orientação: sul.

    sexta-feira, 1 de julho de 2011

    Monumentos e Património do nosso Algarve - Convento de Nossa Senhora da Assunção (Faro)

    Em 1519, a Rainha D. Leonor, terceira mulher de D. Manuel, manda edificar na cidade de Faro, pertença da Rainha desde 1491, um convento destinado às freiras Capuchas de Santa Clara.

     

    As obras iniciadas por D. Leonor resumiram-se à igreja, sendo prosseguidas por D. Catarina, que para isso contrata o arquitecto Afonso Pires. 

    Em 1527 a igreja está concluída, bem como o claustro, a sala do capítulo, o refeitório e a ala poente do dormitório. O pórtico data de 1539, e as restantes alas do dormitório estão prontas em 1545. 

    No ano de 1550 dá-se por concluída a construção do Convento de Nossa Senhora da Assunção ou Convento das Freiras. O ataque dos ingleses em 1596 causa grandes danos no edifício, refugiando-se as freiras numa ermida do Cerro de S. Miguel. O Terramoto de 1755 faz ruir a igreja e parte dos dormitórios. 

    No século XIX o convento é abandonado, indo as freiras para a cidade de Tavira. Nos finais desse século é comprado por particulares, instalando-se no seu interior uma fábrica de cortiça. 


    Em 1948 é classificado como Monumento Nacional, sendo restaurado na década de sessenta. É um edifício de características renascentistas, com uma igreja manuelina, com cúpula barroca, e entrada lateral através de um pórtico do renascimento. 

    Destaque para o claústro em estilo coimbrão, de dois pisos, com contrafortes salientes, arcadas de volta inteira no piso térreo e arquitrave no piso superior e para a decoração animalista das gárgulas. Actualmente alberga o Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique. Rui Paula e Frederico Paula, Faro Evolução Urbana e Património.