domingo, 22 de maio de 2011

Empreender para contrariar o desemprego no Algarve

"Por vezes, perder o emprego ou estar desempregado há muito tempo não deve ser visto como algo de negativo, mas sim como uma oportunidade para agarrar as rédeas do futuro.

Esta foi a mensagem que o movimento «Empreenda Por Favor» trouxe a Olhão, num workshop realizado no Auditório Municipal, que visou promover o empreendedorismo e a melhor forma de avançar para um negócio próprio.


Uma sala muito bem composta demonstrou que a elevada taxa de desemprego no Algarve leva a que cada vez mais habitantes da região ponderem tornar-se empresários. 

Algo que pode ser positivo para a economia, desde que os investimentos sejam bem pensados e os projetos sejam sustentáveis. Caso contrário, o risco de falhar é elevado.

Como frisou Pedro Santos, administrador do grupo Onebiz, há que empreender «mas não a qualquer custo». 

«Para empreender com sucesso, há que conhecer bem o negócio e escolher uma área que dominemos. Há que planear bem e perceber o mercado», salientou o representante da empresa que dinamizou o workshop, em conjunto com o programa televisivo «A Cor do Dinheiro». 

«Segundo as estatísticas, a taxa de insucesso de novos negócios ao fim de cinco anos é de 80 por cento», avisou.

Um problema que se pode atenuar muito gerindo o processo cuidadosamente e seguindo alguns passos fundamentais. Todos os negócios começam com uma ideia e é preciso saber à partida se há um produto vendável nessa ideia e quem está disposto a comprá-lo.

O processo que vai desde a ideia ao negócio é uma das especialidades do CRIA- Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve. 

João Amaro, responsável por este centro de inovação, foi um dos oradores convidados para o painel «Empreenda Por Favor», cujo objetivo foi dar uma ideia do que se tem de fazer para começar um negócio.

Para João Amaro, «fazer um Plano de Negócios é algo fundamental em todo o processo de criação de uma empresa», porque este instrumento obriga a ponderar sobre a sustentabilidade da ideia e a sua evolução a médio prazo.

O CRIA é uma das entidades na região algarvia que pode dar apoio aos aspirantes a empreendedores, não só no que ao plano de negócios diz respeito, mas em áreas como o licenciamento, o financiamento, incubação e a abordagem ao mercado. 

Também lança Concursos de Ideias de três em três anos, cujos vencedores são apoiados com instrumentos que os ajudam a lançar-se no mercado, o último dos quais decorreu em 2010. 

A Associação Nacional de Jovens Empresários é outra das estruturas que pode dar uma ajuda preciosa a quem quiser empreender. 

O núcleo algarvio desta entidade tem a sua sede em Faro e instalações em Loulé que permitem dar aconselhamento e apoio aos novos empresários, com salas de reunião, de formação e espaços para incubação de empresas, entre outros.

Para Paulo Bernardo, presidente da ANJE Algarve, outros dos membros do painel, «se calhar, o grande boom do empreendedorismo no Algarve vai começar agora, com esta crise». 

«Até agora, crescemos à volta do modelo do BMW à porta e do saco de dinheiro na mão», ironizou. 

Seguindo um modelo sustentável e tendo uma boa ideia de negócio, não há razão para que um empresário algarvio não tenha sucesso, até porque «este é a melhor sítio do mundo para trabalhar». «Temos aqui toda a oferta para alguém viver feliz e com calma», acredita Paulo Bernardo." - Barlavento

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