domingo, 22 de julho de 2012

Entre 20 a 25% do concelho de São Brás de Alportel ardeu

Entre 20 a 25% do concelho de São Brás de Alportel terá ardido nos últimos dias, no incêndio que teve início há quatro dias na zona de Tavira e que se alastrou até ao concelho vizinho e que só neste sábado foi dado como dominado pela Protecção Civil. 



A estimativa é do presidente da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel que este domingo, acompanhado pelos vereadores da Protecção Civil e da acção social, se deslocou aos locais mais atingidos para fazerem uma avaliação das condições em que estão as pessoas afectadas pelo fogo e que estão a ser acompanhadas por psicólogos. “As pessoas ontem [no sábado] já regressaram às suas casas durante a parte da manhã. Neste momento a nossa preocupação não serão os bens que foram perdidos, mas as pessoas e as condições em que estão”, disse David Gonçalves.

O autarca adiantou à agência Lusa que apenas durante a próxima semana os meios da câmara e da junta deverão reunir-se para avaliar o que foi perdido. “Tenho a ideia que anda à volta de cerca de 20 a 25% a área ardida no concelho, uma faixa de 30 a 40 quilómetros”, estimou. 

O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, tinha já avançado, por su lado, que um terço da área total daquele concelho tinha ardido neste incêndio.

De acordo com David Gonçalves, “o mais grave” é que o que ardeu no concelho foi sobretudo “o meio de sobrevivência das pessoas”, que se dedicavam à colheita da cortiça e à pequena agricultura. “E isso desapareceu completamente não para todas, mas para algumas pessoas. Há pessoas que ficaram sem absolutamente nada e que nunca mais vão reaver os seus bens. Para um sobreiro dar cortiça, são pelo menos 30 a 40 anos. As pessoas têm idades com uma média para cima dos 70 anos e nunca o verão”, exemplificou.

O autarca defendeu que “o Governo, obrigatoriamente, também terá de tomar medidas em relação ao que foi perdido”.

Falta de coordenação no combate ao fogo

Os autarcas dos concelhos afectados pelo incêndio que deflagrou na quarta-feira, São Brás de Alportel e Tavira, apontaram algumas falhas na coordenação das operações de combate aos fogos. 

A Protecção Civil diz que só quando for dado como extinto o incêndio que lavra há dias na serra algarvia é que irá fazer a sua avaliação da coordenação das operações no terreno, acusada de “ineficácia” e falta de meios humanos. Na Madeira, a organização do combate às chamas também foi questionada.

Para o presidente da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, apesar das críticas ao trabalho dos bombeiros, nomeadamente na zona de Cabeça do Velho, essa falta de coordenação terá sido por parte do comando a nível nacional. “Porque em termos de homens, em termos de trabalhos no terreno, tivemos aqui bombeiros do país inteiro e foram inexcedíveis”, destacou.

Fonte: Público

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