domingo, 8 de abril de 2012

Portugueses ficam em casa na Páscoa

O Algarve e a Serra da Estrela, dois destinos que costumam estar cheios de turistas na Páscoa, sofreram este ano uma grande quebra no fim--de-semana prolongado. A crise, aliada às portagens nas antigas Scut, e até o clima contribuíram para uma descida significativa no número de turistas. 

O vento e alguma chuva obrigaram os turistas
a trocar os areais pelos cafés 

"Tendo em conta as previsões, que eram muito negras, até não está mau, mas comparando com outros anos nota-se uma grande quebra, mesmo em relação a outros anos em que houve pouca procura", diz Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). "Há unidades que chegaram aos 70 ou 80% mas, no geral, estão todas muito abaixo do habitual ou, então, as estadas são só de dois ou três dias, quando antes eram de uma semana", descreve Elidérico Viegas, sem querer avançar com uma percentagem global.





A descida notou-se, em particular, entre os turistas nacionais, que tradicionalmente procuram o Algarve na época da Páscoa. Mas também se vêem muito menos espanhóis na região sul de Portugal, comparando com outros anos.

Para o responsável da AHETA, os motivos para a descida são financeiros. E nem a redução de preço nas unidades hoteleiras serviu para atrair turistas.

"As pessoas estão com menos dinheiro e as portagens não vieram ajudar nada", continua Elidérico Viegas, para quem a questão do clima é só "uma boa desculpa" para os portugueses ficarem em casa. "Se estivesse bom tempo é possível que surgissem marcações de última hora", admite, mas, "assim, com mau tempo, é só mais uma razão para ficarem em casa".

A previsão catastrófica acabou por ser atenuada graças ao mercado britânico. "Temos assistido a um aumento da procura por ingleses", diz Elidérico Viegas, que atribui o crescimento "à Primavera Árabe e à descida do valor do euro face à libra". O responsável espera que "a tendência se mantenha". 

Sem comentários:

Enviar um comentário