A construção de novas estações elevatórias e de tratamento de esgotos no Algarve está em banho-maria. A empresa Águas do Algarve (AdA) está impedida de avançar com as obras sem a prévia autorização do Governo. E queixa-se das dívidas dos municípios, que restringem a sua capacidade de investimento.
Governo está a atrasar a construção de novas estações de tratamento de esgoto na região |
Está em causa a construção da ETAR de Portimão, no valor de 20 milhões de euros, e da ETAR de São Marcos da Serra (Silves), orçada em cerca de 900 mil euros, bem como das estações elevatórias destinadas a encaminhar os efluentes de partes dos concelhos de Silves e de Albufeira para a ETAR de Albufeira Poente, com um custo de três milhões de euros.
O administrador da AdA, Artur Ribeiro, explicou ao CM que ainda no anterior Governo foi determinado que esse tipo de investimentos implicava "a autorização do Governo". Essa autorização ainda não foi dada, nem existe um prazo definido para que isso aconteça, pelo que não resta à empresa outra solução que não seja esperar.
Artur Ribeiro diz, por outro lado, que se os pagamentos das câmaras e empresas municipais estivessem em dia "tudo seria mais fácil". Mas não é isso que acontece. Pelo contrário, o valor das dívidas não tem parado de aumentar, atingindo "quase 70 milhões de euros", segundo o mesmo administrador.
ESGOTOS POR TRATAR ACABAM EM BARRAGEM
Os esgotos de S. Marcos da Serra são lançados sem tratamento para a ribeira que desemboca na barragem de Odelouca. "É uma vergonha: primeiro fizeram a barragem, em vez da ETAR", diz o presidente da junta de freguesia, lembrando que a represa é destinada ao abastecimento público. José António Folgado diz que a questão da ETAR "já se arrasta há décadas, sem solução". Artur Ribeiro, da AdA, garante que os esgotos não põem em causa a qualidade da água fornecida à população, mas obrigam a maiores custos de tratamento.
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