domingo, 18 de março de 2012

Monchique: Produção de medronho atinge 15 mil litros

Monchique já conta com 70 destilarias de aguardente de medronho legalizadas, que produzem cerca de 15 mil litros por ano. "A procura tem aumentado", diz José Paulo Nunes, presidente da Associação de Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio (APAGARBE ).


A bebida, produzida segundo métodos tradicionais, tem vindo a conquistar cada vez mais consumidores, sendo um dos ex-líbris daquele concelho serrano do Algarve. "Além desses produtores, existe mais uma dezena actualmente em fase de legalização", refere Rui André, presidente da autarquia, adiantando que "a aguardente de medronho traz um incremento de riqueza ao concelho".

José Nunes João , conhecido por ‘Mil Homens', é dono de uma das 70 destilarias legalizadas. "É uma tradição familiar. Desde os 8 anos que participo na destila", explica o produtor, actualmente com 67 anos. Este ano apanhou cerca de três mil quilos de medronho, que darão cerca de 300 litros de aguardente. O CM acompanhou o processo. "Existem alguns segredos para ter uma aguardente de qualidade. Em primeiro lugar, o medronho tem de estar maduro e não pode ser posto a fermentar com pés ou folhas", refere o produtor. Depois da fermentação, com água em barricas de madeira, o fruto é destilado em alambique de cobre. "A qualidade melhorou muito com o engarrafamento", garante o presidente da APAGARVE, adiantando que são feitas análises ao produto.


55 MIL EUROS EM QUATRO MESES

A Câmara de Monchique, em conjunto com as associações de produtores de mel e medronho e com o apoio da Caixa Agrícola, abriu este ano uma loja no centro da vila. "Tem sido um sucesso, facturando nos primeiros quatro meses um valor em torno dos 55 mil euros", diz Rui André, presidente da autarquia.

Este ano, a Câmara quer avançar com outro projecto: a Casa do Medronho. "Já apresentámos a candidatura a verbas do QREN1, estando em causa o investimento de um milhão de euros", diz o autarca.

A Casa do Medronho será um espaço museológico que dará a conhecer todo o processo de produção. O projecto contempla um alambique comunitário e uma central de engarrafamento, bem como uma área de venda. Rui André acredita que será possível exercer "um papel regulador de mercado, em termos de qualidade e preço". Entretanto, em Julho, a vila será palco da 1ª Feira do Medronho.


PRODUTOS DA SERRA ATRAEM CONSUMIDORES

Os produtos tradicionais da serra de Monchique têm cada vez maior procura. Além da aguardente de medronho, os enchidos, o presunto e o mel assumem um papel de relevo.

Os enchidos e presunto são produzidos a partir de porco preto, alimentado por cereais. Funcionam quatro fábricas no concelho. No sector da apicultura, existem quatro grandes produtores -"que vendem o mel para a Nestlé", diz o presidente da Câmara - e oito pequenos. No total, a produção de mel neste município serrano ronda as 300 toneladas por ano.


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