domingo, 2 de setembro de 2012

Vendas de cavala sobem 2,2 milhões de euros

As transações de cavala em lota continuam a aumentar, mas a Docapesca quer reforçar a promoção desta espécie, abundande nas nossas águas, barata e para a qual não há limite de cota de captura. As ações promocionais começaram no Algarve e vão estender-se a todo o país.


As vendas de cavala em lota aumentaram mais de 1,1 milhões de euros no mês de julho em todo o país, em relação ao mesmo período do ano passado. No total acumulado desde o início do ano, o aumento já atinge os 2,2 milhões de euros, revelou o presidente da Docapesca.

"O rendimento dos pescadores está relacionado com o preço de venda em lota e, nesse sentido, estamos a contribuir para valorizar a espécie e para melhorar o rendimento dos pescadores, mantendo um preço muito acessível para o consumidor final", explicou José Apolinário, em declarações ao Jornal do Algarve, durante umas das ações de promoção da cavala, que decorreu na última semana no mercado de Vila Real de Santo António.

José Apolinário frisou que tanto a cavala, que não tem atualmente limite de cota de captura, como a sardinha e o carapau, são "três espécies muito importantes para as pescarias nacionais". O responsável máximo da Docapesca e antigo presidente da Câmara de Faro, lembrou que, este ano, foi necessário "fazer uma gestão mais cuidada na pesca da sardinha", mas sublinhou que esta situação "tem sido compensada com o aumento das vendas de cavala".

A Docapesca lançou este ano uma campanha que visa promover e valorizar a cavala, uma espécie que tem tido pouca saída junto do consumidor final, talvez por ser muito abundante nas águas portuguesas. Refira-se que além do preço baixo, a cavala é uma espécie com qualidades ímpares em termos nutritivos e rica, principalmente, em ómega 3.

A intenção da Docapesca é inverter o "desprezo" que o consumidor tem revelado por este pescado ao longo dos anos, incentivando a população a consumir mais cavala. Neste sentido, têm sido levadas acabo várias ações nos mercados da região, em colaboração com as autarquias e com a Escola de Hotelaria e Turismo, nas quais a população é convidada a aprender a confecionar pratos elaborados com cavala fresca.

As duas últimas ações na região algarvia decorreram nos mercados de Vila Real de Santo António e de Tavira, mas a iniciativa vai prosseguir no mês de setembro um pouco por todo o país.

"Trata-se de um excelente contributo e uma dica que a Docapesca dá ao município para fazer, também, iniciativas como esta, no sentido de valorizar os nossos produtos, neste caso os que estão relacionados com o mar", considerou o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, em declarações ao nosso jornal.

Luís Gomes acrescenta que o setor da restauração não pode estar alheado destas ações e que "uma terra turística, como é Vila Real de Santo António, tem que ter cada vez mais cuidado e mais exigências ao nível da gastronomia". No mesmo sentido, recorda que "a cavala não é cara" e que "pode dar uma boa margem de lucro aos restaurantes".

Aliás, recordar que a cavala é uma espécie barata foi também a intenção da iniciativa da Docapesca.

"Os chefs da Escola de Hotelaria ensinaram que é possível confecionar bons pratos de cavala a preços que variam entre 1 euro e 1,5 euros por pessoa. Foi, também, isso que procurámos demonstrar", explicou José Apolinário, destacando, ainda, a preocupação dos cozinheiros da Escola de Hotelaria Algarve em introduzir elementos regionais nas receitas que ensinaram à população, o que revela "preocupação no sentido de olhar para a gastronomia como património cultural".

José Apolinário garantiu que estas iniciativas são para continuar e revelou que a Docapesca já está a preparar, para desenvolver no próximo ano, ações no âmbito da dieta mediterrânica e outra dirigida especificamente aos postos de venda dos mercados de peixe.

"Esta última é uma ideia do Turismo de Portugal, que queremos agarrar e desenvolver. Queremos trabalhar mais no sentido de melhorar a apresentação do pescado, por isso já estamos a preparar diversas ações para tornar os postos de venda mais atrativos ao consumidor", explicou.


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