Salir é uma freguesia de base agrícola, mas ao mesmo tempo detentora de um património inestimável, quer histórico, natural ou paisagístico.
Está situada no prolongamento dos chamados “Barros Vermelhos” de Silves, que oferecem excelentes condições para a hortofruticultura.
A freguesia de Salir é a maior do concelho de Loulé e uma das mais importantes.
Trata-se de uma freguesia situada na beira serra fazendo a transição entre o barrocal e a serra algarvia. É o elo de ligação entre o Alentejo e o Algarve, sendo o centro aglutinador das freguesias limítrofes.
Tem cerca de 200Km2, sendo seguramente uma das maiores de Portugal.
Actividades Principais
A agricultura, silvicultura, pastorícia e os serviços designadamente comércio e turismo são as actividades fulcrais.
Produz-se, em quantidade considerável, amêndoas, alfarrobas, azeitonas, cortiça e trigo.
No que se refere ao regadio, este também ocupa um lugar de relevo. As potencialidades turísticas abrangem diversas vertentes – Agro-turismo, turismo de habitação, etc.
História
A origem da povoação de Salir perde-se nos tempos, alvitrando-se a hipótese de ter sido habitada pelos Celtas, sendo certo que, pelos resultados obtidos através das escavações arqueológicas em curso nas ruínas do Castelo de Salir, esta povoação foi habitada pelos Árabes, tendo o Castelo sido construído durante o período da ocupação Almóada, no século XII.
Salir é referenciado no “Portugaliae Monumenta Historica” como local onde D. Paio Peres Correia aguardou a chegada de D. Afonso III, para juntos empreenderem a conquista do que ainda no Algarve restava em poder dos mouros em 1249.
No tempo de D. Afonso III, uma praça-forte conferindo ao Castelo de “Selir” (designação Árabe) um papel privilegiado na conquista definitiva do Algarve.
O Castelo, ao que se supõe, foi incendiado e reconstruído por duas vezes, restando hoje, apenas, ruínas das suas muralhas.
No censo de Pina Manique de 1798, consta a Freguesia de São Sebastião de Salir, detentora de 408 fogos, no Concelho de Loulé e comarca de Tavira.
Património Cultural
Castelo
É o mais importante monumento de Salir. Construído em taipa no séc. XII pelos berberes Almoádas, restam-lhe hoje alguns torreões, parte da muralha, no chamado “muro da sabedoria” e parte das casas que ai foram construídas.
Igreja Matriz
Edificada no séc. XVI, num cerro fronteiro ao do Castelo, para onde a aldeia, entretanto havia crescido.
Capela da Nossa Sr.ª do Pé da Cruz
Situada junto ao Castelo, terá sido também construída no séc. XVI.
Ao nível do património rural e urbano, Salir é uma freguesia bastante rica. Um dos poucos moinhos de vento ainda a funcionar em todo o Algarve situa-se na cumeada, havendo muitos outros arruinados por toda a serra.
Alguns montes e aldeias constituem autênticas exposições vivas sobre os modelos e processos de construção tradicional, desde os ancestrais palheiros circulares, até às cantarias e fornos de cozer pão. Uma belíssima chaminé do séc. XVIII pode, por exemplo, ser admirada no Porto das Covas, um dos núcleos urbanos mais antigos de Salir.
Património Natural
Lagoa (seca) da Nave do Barão
Trata-se de uma lagoa seca cujo subsolo é de origem cársica e por isso com grande poder de retenção das águas, mantendo a água retida à superfície, em geral até meados de Maio.
Todo este vale possui um inegável valor ambiental e paisagístico.
Sítio do Malhão
Miradouro natural sobre a serra do Caldeirão.
Tradições
A Festa da Espiga, festejada na Quinta-feira de Ascensão (Maio) é o acontecimento mais relevante ao nível das manifestações tradicionais da Freguesia de Salir, uma vez que encerra aspectos verdadeiramente ancestrais que estão relacionados com as raízes culturais das suas gentes. O desfile etnográfico, único no País, funciona como atractivo turístico a par de uma mostra/feira do mais genuíno artesanato.
Produtos Locais
Muitas actividades foram desaparecendo na voragem da sociedade. No entanto nesta freguesia ainda se manufacturam bons cestos de vime e de cana, diversos objectos de palma e esparto, bordados e rendas, bem como lata, mobiliário em madeira. Em Salir poderá adquirir também produtos biológicos, preservando os bons sa-bores da serra, os enchidos, a aguardente de medronho e os licores de ervas, são muito procurados e valorizados.
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