No Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico, o animal mais ameaçado do mundo está a 'renascer' dando esperança a um futuro repovoamento dos habitats tradicionais.
National Geographic - "Portugal - A última esperança do Línce Ibérico"
O Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico, em Silves, no Algarve, acolhe atualmente 18 adultos e 17 crias da espécie de felino mais ameaçada do mundo recebeu ontem, excecionalmente, a visita da ministra Assunção Cristas.
"Janes" e "Juromenha", quase com três meses de idade são duas das crias que ali nasceram entre março e abril de 2012. Como foram rejeitadas pela mãe poucas horas após o nascimento, tiveram de ser alimentadas artificialmente e nunca poderão ser reintroduzidas em meio natural. As outras 15 crias seguem os ensinamentos das mães e aprendem a sobreviver nos cercados que lhes servirão de casa até que algumas delas possam vir a repovoar os habitats tradicionais do lynx pardinus em Portugal e em Espanha.
"Janes" e "Juromenha", quase com três meses de idade são duas das crias que ali nasceram entre março e abril de 2012. Como foram rejeitadas pela mãe poucas horas após o nascimento, tiveram de ser alimentadas artificialmente e nunca poderão ser reintroduzidas em meio natural. As outras 15 crias seguem os ensinamentos das mães e aprendem a sobreviver nos cercados que lhes servirão de casa até que algumas delas possam vir a repovoar os habitats tradicionais do lynx pardinus em Portugal e em Espanha.
Os animais devem permanecer longe dos curiosos. E a visita da ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território pressupõe uma pequena comitiva que não deve contactar diretamente com eles.
Muitos turistas incautos chegam em excursões à herdade da Santinha, em Silves, e não passam do portão. Lá dentro, 14 técnicos e três voluntários, distribuídos por três grupos (veterinários, tratadores e vigilantes) revezam--se para que tudo funcione bem 24 horas por dia.Os animais são observados por câmaras de videovigilância dia e noite e só entram em contacto com os humanos quando se torna imperioso, por motivos de saúde. "Conseguimos um aumento rápido da população e a prioridade seguinte é a diversificação da espécie", explicou recentemente ao Expresso Rodrigo Serra, o diretor do Centro de Silves. O objetivo é conservar 85% da variedade genética existente na natureza e ter 60 linces reprodutores num programa que se estenderá por mais 30 anos, pelo menos.No país vizinho estima-se a existência de cerca de três centenas de animais em espaço selvagem e 85 adultos e 23 crias distribuídos pelos Acebuche, La Olivilla, Granadilla e parque zoológico de Jerez de la Frontera.
Uma "Ferramenta Indispensável"
Criado em 2009, o centro de reprodução em cativeiro de Silves juntou-se a outros idênticos em Espanha, vistos como "ferramenta indispensável" para inverter o caminho da extinção destes felinos de porte médio, grandes bigodes e orelhas em forma de pincel.Por ser um gourmant esquisito (com uma dieta quase exclusiva de coelho bravo vítima de doenças como a mixomatose e a febre hemorrágica); ter começado a perder habitat desde a década de 50 (com os terrenos agrícolas e os matagais a serem abandonados e transformados em campos de cereais ou eucaliptais); e ser uma espécie cinegética até 1967, o lince ibérico esteve à beira da extinção. Hoje uma das suas principais ameaças são as estradas. Vários foram já atropelados em Espanha.
Com a campanha "Salvem o Lince e a Serra da Malcata" e a sua classificação como espécie protegida, nos anos 80, começou a tentar inverter-se o caminho do fim. Mas só em 2008, o Plano de Ação para a conservação do Lince saiu finalmente da gaveta Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).Quase uma década depois de pensado e de Espanha ter arrancado com o seu. Há vários projetos de conservação, financiados pela União Europeia, em curso para recuperar habitats destruídos por eucaliptais ou pela agricultura intensiva, entre os quais dois "Life": um liderado pela Liga para a Proteção da Natureza que arrancou em 2010, com vista à recuperação do habitat do lince e do abutre-preto na região de Moura-Barrancos e Serra do Caldeirão; e o Iberlince, coordenado em Portugal pelo ICNB, que conta com 18 parceiros (entre os quais municípios dos dois lados da fronteira), e envolve um orçamento de €34 milhões, dos quais €3,6 são geridos pelo ICNB.
Fonte: Expresso
Fonte: Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário