Tavira é um concelho favorecido pela proximidade do rio Sequa, sendo este o responsável pela fertilidade dos seus solos. Logo, Tavira é uma cidade de estuário e a sua história está intimamente relacionada com a evolução do seu porto.
A ponte que liga as duas margens do rio é prova da passagem dos romanos por esta região. No entanto, a descoberta de determinados utensílios de pedra e armas de cobre remete as origens deste concelho para a época do neolítico. A partir do final do século VIII foi também domínio muçulmano.
Em meados do século XI, Tavira foi uma das principais povoações do Algarve, devido à importância do seu porto. Em 1282, D. Dinis concedeu a Tavira foros e privilégios semelhantes aos dos marinheiros de Lisboa. Por altura da expansão portuguesa, este porto foi fundamental para a conquista de posições no Norte de África, uma vez que era o mais fronteiriço com a costa marroquina. A nível comercial, o porto de Tavira estava relacionado com a exportação de peixe salgado, frutos secos (amêndoas e figos) e vinho. Esta época áurea durou até ao final do século XVI.
Em 1242, Tavira foi conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia e, em 1244, D. Sancho II doou-a à Ordem Religiosa de Sant'Iago. Em 1266, D. Afonso III concedeu-lhe o foral e elevou-a a vila.
De junho a setembro de 1489, D. João II residiu em Tavira.
Tavira foi elevada a cidade em 1520 por D. Manuel I.
A partir do século XVII, começaram a notar-se sintomas de decadência da cidade, devido ao abandono progressivo das praças africanas e da perda da independência do país. Em meados do século XVIII toda a atividade do porto se resumia à pesca e cabotagem e os contactos faziam-se a nível local.
Do património arqueológico e monumental do concelho, são de salientar:
- a Capela de Nossa Senhora da Consolação, que está decorada com azulejos policromos do século XVII e com pinturas dos séculos XVI e XVII;
- a Igreja da Misericórdia de Tavira, que data do século XVI, em estilo renascença;
- a Igreja da Misericórdia de Tavira, que data do século XVI, em estilo renascença;
- a Igreja de Santa Ana, que foi construída no século XVI e reconstruída no século XVIII;
- a Igreja de Santa Maria do Castelo, que se enquadra no estilo gótico do século XIII e que foi alterada no século XVIII, em estilo barroco;
- a Igreja de Santo António, que pertenceu a um pequeno convento, do qual ainda resta o claustro e o conjunto de figuras, em tamanho quase natural, descrevendo os passos da vida do santo, ambos do século XVII, que são o seu principal valor artístico;
- a Igreja de São Francisco, de origem medieval, integrada num convento, que sofreu profunda transformação no século XIX, devido ao desabamento e incêndio do templo gótico primitivo, de que apenas restam a sacristia, duas capelas na antiga cerca e o campanário barroco, do século XVIII;
- a Igreja de São Paulo, edificada no início do século XVII, que pertenceu a um antigo convento;
- as muralhas de Tavira, das quais restam alguns panos de muralha, parte da alcáçova e o Arco da Misericórdia.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Neste concelho realizam-se algumas festas de cariz lúdico, popular e religioso, destacando-se as festas da cidade (junho), a festa de Santa Luzia (de 11 a 13 de agosto); as procissões dos Passos (penúltimo domingo antes da Páscoa), das Matracas (Sexta-Feira Santa), de Nossa Senhora de Fátima (12 de maio) e a procissão de Santo António (13 de junho). O concelho também é palco de alguma feiras, nomeadamente a Feira de Endoenças (Sexta-Feira Santa), a Feira da Boa Morte (1 de agosto) e a Feira de São Francisco (4 e 5 de outubro). É de destacar ainda o Arraial Ferreira Neto, na ilha de Tavira.
A nível de artesanato, destacam-se os trabalhos de telhas e ladrilhos, tecelagem tradicional, rendas de bilros, ferro forjado, olaria, cestaria, trabalhos de lã, flores e desenhos recortados em papel.
Associadas ao concelho de Tavira estão algumas figuras ilustres, nomeadamente o arqueólogo Estácio da Veiga (1828-1891), o professor e estadista Tomás Cabreira (1865-1918) e o matemático António Cabreira (1868-1953).
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